terça-feira, 26 de abril de 2011

Primeiro de Maio Terra Livre

      Logo às 20H00 na Praça do Bocage, na cidade portuguesa de Setúbal, decorrerá a assembleia geral de preparação do 1º de Maio de 2011, Manifestação Anticapitalista de Setúbal, iniciativa que o recém-formado coletivo Terra Livre daquela cidade está a preparar, tentando recuperar a tradição combativa e anti-autoritária do dia do trabalhador.

      Este recente coletivo anarquista pretende convocar uma manifestação de indivíduos, grupos, coletivos, espaços ou sindicatos apartidários, anti-autoritários, anti-políticos ou autónomos para o próximo domingo, 1º de Maio de 2011.
      Pretendem fazer desta data um marco de mobilização não controlada por nenhuma força partidária, por nenhuma central sindical, ou qualquer força de repressão e controlo do Estado.
      Desejam recuperar o caráter de mobilização geral de trabalhadores, desempregados, estudantes e de todos quantos anseiam por uma sociedade nova, livre de violência capitalista, jogos partidários e repressão estatal.
      E dizem assim:
      «2011: Estamos Inquietos!
      Há várias posições assumidas, mas dê lá por onde der, um facto é hoje inegável: da Tunísia à China, da Grécia a Portugal, os dias da paz social e apatia inquebrável ficaram para trás. Muitos sabiam que mais tarde ou mais cedo aconteceria, outros foram apanhados de surpresa. Alguns já tinham feito as suas jogadas, antecipando-se, mas muitos mais têm agido com a espontaneidade e criatividade que os tempos exigem.
      O que nos causa hoje em dia uma grande inquietação não é simplesmente o facto de vivermos sob o controlo de um poderoso Estado que nos oferece blindados e policias para resolver a nossa fome. Não é só o facto de termos de apertar tanto o cinto até que o tenhamos de pôr finalmente à volta do pescoço. Nem tão pouco a “crise” desta economia que nos obriga a todos a ser seus fiadores e que no fundo existe desde que o capitalismo é a nossa forma de regime económico. Não é só o facto dos direitos laborais serem sinónimos de uma escravatura com menos chicotes, ou da democracia ser a maior ditadura de que há memória.
      O que nos inquieta é saber que é de todos nós que se alimenta este vírus chamado capitalismo e, portanto, que é também de nós que depende a sua destruição.
      Estamos inquietos e é sem dúvida nenhuma o tempo de sair à rua. Sem líderes nem partidos, sem cúpulas nem dirigentes. Sabendo que assim que levantamos a voz e os braços surgem imediatamente alcateias de instituições, partidos e organizações a quererem controlar os nossos gritos.
      Sabemos também que independentemente da data, todos os dias são um bom dia para recuperarmos a dignidade que o estado e a ganância de alguns nos foram roubando a todos.
      Portanto, movermo-nos coletivamente a partir da base e de forma autónoma no primeiro dia de Maio é fruto do desejo de nos movermos assim todos os dias! E assim deixarmos para trás a corja de abutres e oportunistas que tentaram/ão anunciar-se como “salvadores da pátria”, tão interessados que estão em chupar o nosso sangue de uma forma mais “justa”, mais “democrática” ou mais “nacionalista”. (...)
      Queremos pôr esta proposta em discussão. Levem-na aos vossos grupos, coletivos, companheiros, camaradas ou amigos do café. Planeiem, conspirem, discutam e critiquem.»
      O 1º de Maio Anti-Capitalista de Setúbal começará nesse dia às 13H00 no Largo da Misericórdia dessa cidade.
      Mais info no sítio do Terra Livre de Setúbal, cuja ligação permanente está aqui a lado na coluna dos “Sítios a Visitar” e cujo endereço é o seguinte: http://www.terralivre.net

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