sexta-feira, 25 de junho de 2010

A Mobilização Global

      Amanhã, Sábado, 26 de Junho, pelas 21 horas, decorrerá a apresentação da obra “A Mobilização Global; Breve Tratado para atacar a realidade, contendo ainda o texto O Estado-Guerra, do filósofo Santiago Lopez-Petit.

      A obra será apresentada pelo jornalista Rui Pereira que traduziu o livro para a editora Deriva e estará acompanhado de António Alves da Silva.
      A apresentação iniciar-se-á com a projecção prévia do filme “El taxista Ful” de Jordi Solé.
      O local é Livraria-bar Gato-Vadio que fica na Rua do Rosário, nº. 281, no Porto (Portugal).
      "Só a rejeição total da realidade no-la pode mostrar na sua verdade. Só a rejeição total do mundo nos diz a verdade do mundo. Mas esse gesto radical de rejeição já não é o gesto moderno que, depois da destruição anunciava e preparava um novo começo. Não há começo absoluto porque a «tabula rasa» não nos deixa diante de nenhuma verdade absoluta. A rejeição total da realidade apenas nos oferece «uma» verdade da realidade. Esta é a nossa verdade."
      Santiago López Petit é filósofo e químico e é professor de Filosofía na Universitat de Barcelona (Espanha), sendo considerado um dos mais interessantes pensadores actuais. Recebeu influências de autores como Deleuze e Foucault e do marxismo italiano, por via da Autonomia Operária. Na sua obra propõe uma crítica radical do nosso presente.
      Santiago López Petit foi um dos muitos participantes das lutas autónomas que se desenvolveram nos anos 70 em várias cinturas industriais nas cidades europeias. No deserto que se seguiu após a derrota, López-Petit tem ensaiado construir uma nova filosofia, uma filosofia que, uma vez esgotadas as velhas categorias de luta operária, consiga revitalizar a política a partir de uma perspectiva radical.
      Este livro destina-se a uma coisa: a realidade, a nossa realidade; esta realidade que coincide com o capitalismo.
      Dizer realidade capitalista é, portanto, redundante. Hoje, a situação tornou-se capitalista, e não deixa nada de fora. Consideramos esta realidade como um facto absoluto, na sua necessidade interior, mostrando como ela é, e como funciona. Ao revelar esta verdade ganhou inúmeros conceitos, especialmente a mobilização global, e é utilizada para descrever a globalização neoliberal e que é comercializada como o verdadeiro fundamento da própria realidade. Novas definições são então avançadas, tais como a democracia, enquanto articulação entre o Estado-guerra e o fascismo pós-fascismo, ou o poder como poder terapêutico. A realidade, porém, ao separar-se em sua implantação, ao sair da tautologia, mostra também suas fraquezas. Coloca, igualmente, diante de nossos olhos a nova questão social: o mal-estar.


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