segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Menos Um Fascista

      Morreu mais um filho da puta. Chamava-se Kim Jong-il e fazia da Coreia do Norte a sua quinta na qual o povo trabalhava, escravizados ao ponto de passarem fome e privações de todo o tipo, submetidos a um regime atroz de propaganda que lhes dá uma visão distorcida do Mundo e de si próprios e isto há mais de 50 anos.
      Na Coreia do Norte, o falecido Kim Jong-il era conhecido como o “Querido Líder” ou o “Líder Supremo” ou “Comandante Supremo” ou mesmo o “Nosso Pai” e, dada a forte propaganda e ostracismo em que o povo vive, há de facto muita gente a chorar a morte do ditador, principalmente aqueles que do regime têm proveito.
      O regime totalitário nortecoreano é internacionalmente tido como o maior regime ditatorial totalitarista do Mundo.
      «Não posso acreditar nisto. Como é que uma pessoa como ele morreu assim, sem mais nem menos? O que vamos fazer agora?», assim se lamentava Kang Tae-Ho, um dos membros do partido comunista norte-coreano.
      Para além destes membros do partido, que é único, há as pessoas que de facto sentem a perda como uma verdadeira perda, por ignorarem a vantagem que agora têm: «Como podem os céus ser tão cruéis? Volta, por favor, general. Não conseguimos acreditar que partiste», dizia Hong Son Ok a tremer, numa entrevista à televisão estatal.
      Num comunicado divulgado pela agência central de notícias da Coreia do Norte, pode ler-se: «Morreu demasiado cedo para nosso profundo desgosto» e também «O coração de Kim Jong-il parou de bater mas o seu nobre e augusto nome vai sempre ser lembrado pelo nosso povo e exército».
      E, pasme-se, dizem ainda que a morte do querido líder se deveu a uma grande fadiga, pois muito trabalhava para o povo. «O nosso querido líder Kim Jong-il morreu no sábado, dia 17, às 8h30, quando viajava para cumprir as suas funções de liderança», comunicou uma apresentadora da televisão estatal de Pyongyang KCTV, num claro esforço para conter as lágrimas e já trajada de luto.
      E, pasme-se mais uma vez, só vão enterrar o tipo no próximo dia 28, isto é, 10 dias depois. Não bastou tê-lo a cheirar mal todos estes anos que ainda o querem a feder mais 10 dias.
      E agora que será da Coreia do Norte? Libertar-se-ão do regime fascista?
      Já têm um novo líder que não é “querido” como o outro, a este chamam-lhe “O Grande Sucessor”. É Kim Jong-Un, o filho mais novo no “querido líder” que já há muito se perfilava como sucessor. Este filho é filho da mulher preferida de Jong-il e teve uma educação que decorreu na Suíça e terá uma idade que ronda os 29 anos (apesar de não se conhecer a data exata do seu nascimento).
      Pouco se sabe do Grande Sucessor da Coreia do Norte, mas a imprensa nacional já adiantou que o povo está pronto para se unir em torno de Jong-Un.
      Toma nota que o falecido filho da puta não era o presidente do país, ele era apenas o presidente da Comissão de Defesa Nacional e chefe das Forças Armadas, cargos que, constitucionalmente lhe conferem a categoria de Líder Supremo do país. O presidente do país é o também falecido pai deste, que se chamava Kim Il-sung, e este passou a ser o “Presidente Eterno” do país, isto é, não pode haver outro presidente. Na constituição diz o seguinte: "Sob a liderança do Partido dos Trabalhadores da Coreia, a República Popular Democrática da Coreia e o povo coreano terão o grande líder Camarada Kim Il-sung em alta estima como Presidente Eterno da República (...)". Assim, é um cargo que será unicamente ocupado por Kim Il-sung».
      Múltiplas organizações internacionais de direitos humanos, incluindo a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch, acusam a Coreia do Norte de ter um dos piores registos de direitos humanos em relação a qualquer outra nação. Os nortecoreanos têm sido referidos como "algumas das pessoas mais brutalizadas do mundo" pela Human Rights Watch, devido às severas restrições às suas liberdades políticas e económicas. Desertores nortecoreanos testemunharam a existência de campos de concentração com uma estimativa de 150 a 200 mil presos e reportaram torturas, fome, estupros, assassinatos, experimentos médicos desumanos, trabalhos, e abortos forçados. Os prisioneiros políticos condenados, bem como as suas famílias, são enviados para os campos de concentração, aí vivendo sem laços familiares e sem qualquer comunicação para o exterior.


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