sábado, 30 de abril de 2011

A Beatificação

      Mais do mesmo. Mais ópio para o povo. Depois do casamento, eis que para este fim-de-semana temos a beatificação um indivíduo religioso morto.
      À cidade-estado do Vaticano estão a chegar milhares de pessoas para a beatificação do cadáver do anterior chefe religioso cristão e esperam-se cerca de 3 a 4 milhões de indivíduos.
      Para além dos crentes, o Vaticano espera 87 delegações oficiais de países, incluindo 16 chefes de Estado, como o da Itália, da Polónia e do Zimbabwe (Robert Mugabe). De Portugal vai o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, acompanhado pelo embaixador de Portugal junto do Vaticano. Também marcam presença, em representação da União Europeia, Herman Van Rompuy, presidente do Conselho Europeu; Jerzy Buzek, presidente do Parlamento Europeu, e o português Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia. Do mundo lusófono chegam ainda os vice-presidentes de Angola e do Brasil, respetivamente Fernando da Piedade Dias dos Santos e Michel Temer, para além do presidente do Parlamento de Timor-Leste, Fernando de Araújo.
      É óbvia a confusão, a mistura e a não separação da governação dos Estados com a governação dos crédulos. Porquê? Porque os governantes dos Estados anseiam conseguir governar de forma tão perfeita os seus povos como os chefes religiosos governam as mentes atrofiadas dos seus crentes.
      Foi ontem anunciado que um grupo composto por 70 pessoas de nacionalidade belga vão processar nos tribunais o Vaticano e a Igreja Belga, por terem sido abusadas sexualmente por padres. A queixa será formalizada dentro de duas semanas.
      O caso de abusos sexuais de membros da Igreja Católica belga foi conhecido no ano passado quando o bispo de Bruges, Roger Vangheluwe, foi forçado a resignar, após confessar ter abusado do seu jovem sobrinho durante 13 anos. Na sequência desta notícia, centenas de vítimas de abusos sexuais semelhantes vieram a público contar as histórias pessoais, que datam de há décadas.

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