sábado, 26 de março de 2011

Mais Uma Hora

      Logo à noite à 1 hora, Portugal continental e a Madeira adiantarão uma hora os relógios, o mesmo acontecendo nos Açores mas à meia-noite.

      É a hora de Verão que passou a ser decidida a nível da União Europeia, sendo obrigatória para todos os países da união, ao contrário do horário de Inverno, que continua sob a soberania dos Estados, decidindo estes se optam ou não por ela. Portugal decide qual a hora oficial que pretende ter, se é a do fuso do meridiano de Greenwich, do fuso menos um ou menos dois, mas em relação à hora de verão deixou de ser uma competência nacional e passou a ser uma decisão no âmbito da União Europeia.
      O último domingo do mês de março foi selecionado para concretizar a alteração para a hora de verão e o último domingo de outubro para passar à hora de inverno.
      Esta alteração horária é uma opção meramente política, isto é, não é uma escolha científica, não é uma decisão de carácter astronómico. A maior parte das pessoas adaptam-se com alguma facilidade a esta alteração e reajustam o relógio interno biológico, mas existe uma pequena fração que diz que sente essa mudança da hora de forma terrível.
      A hora que interessa às pessoas, a dita hora civil, é a da rotação do planeta, é a maneira como nós vemos o sol e toda a nossa vida está associada à sucessão do dia e da noite. A atividade humana está extremamente dependente desse ciclo.
      A Comissão Permanente da Hora é um organismo composto por representantes de diversas áreas e interesses, presidida pelo Observatório Astronómico de Lisboa, que zela pelo cumprimento da sequência do dia e da noite. Esta Comissão reunião por última vez há cerca de três anos, para elaborar um relatório para a Comissão Europeia sobre se a hora de Verão deveria continuar a vigorar. A resposta foi afirmativa, tanto para o Continente, como para as Ilhas.
      Esta comissão existe formalmente desde os anos 40 do passado século, mas as suas raízes remontam ao início do século XX, quando saber com exatidão a hora ganhou importância crescente na vida em sociedade e em especial nos negócios.
      No século XIX, coexistiram a hora astronómica, que começava e acabava ao meio-dia solar para acompanhar o trabalho de observação dos astrónomos, e a hora civil (meia noite).
      Atualmente há muitos interesses sociais na hora, sobretudo em atividades que dependem muito da hora solar, como a agricultura e a construção civil, para estas pessoas interessa que a hora que o relógio marca efetivamente corresponda o mais possível às horas de sol.
      Já quem joga em bolsas internacionais preferia reger-se mais perto dos relógios de Frankfurt ou de Nova Iorque, apesar do desfasamento da hora solar, tal como quem tem negócios com Espanha, que iria preferir o regresso de Portugal à hora central europeia.
      O Diretor do Observatório Astronómico disse ainda que para já não têm existido pressões para a redefinição da hora, que segue o meridiano de Greenwich (hora zero) e por isso a Comissão não teve necessidade de se reunir ultimamente.
      O Observatório Astronómico, que comemora este ano 150 anos, está à frente da Comissão Permanente da Hora para «manter a independência científica em relação à hora». A Comissão tem representantes dos ministérios, mas também de setores como comércio, indústria, agricultura, turismo e educação.
      O director do Observatório afirma que «Há que jogar entre ter uma hora matematicamente idêntica àquilo que é a posição do sol ou, por questões de vida social e económica, tentarmos aproximá-la mais do espaço europeu».

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