sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O Clamor da Liberdade

      Os protestos no mundo árabe não param. O povo clama por liberdade. Os média não param de noticiar inúmeros mortos e feridos em confrontos com as polícias mas, ainda assim, o povo oprimido luta contra o opressor, bem sabendo que corre sério risco de vida.

      O sangue corre na rua de muitos países. A seguir estão alguns exemplos.
      No Iémen, dois manifestantes morreram e 27 ficaram feridos numa concentração anti-governamental.
      Na Jordânia há notícia de pelo menos oito feridos. Os manifestantes, que reivindicavam reformas políticas, foram alvo de um ataque por parte de um grupo de apoiantes do Governo.
      Em Omã, perto de três centenas de pessoas manifestaram-se no centro de Mascate, a capital de Omã, de forma pacífica, reivindicando aumentos salariais e reformas políticas. Este é o segundo protesto de carácter político e social realizado naquele país no espaço de um mês. Os participantes do desfile, incluindo mulheres, percorreram a avenida central da capital, onde estão concentrados os edifícios ministeriais, exibindo vários cartazes, onde se podiam ler frases de ordem como "Fim ao aumento dos preços!", "Aumentos dos salários!", "Queremos reformas!". Em simultâneo havia outros manifestantes com pequenas bandeiras com frases de apoio ao sultão Qaboos bin Said, de 70 anos de idade e cuja fortuna está avaliada em 556 milhões de euros. "Somos fiéis a Qaboos" era a frase escrita nas bandeirolas.
      Em Djibuti, vários milhares de pessoas manifestaram-se na capital a pedir a demissão do Presidente Ismael Omar Guelleh. O protesto foi pacífico e não se registaram quaisquer incidentes. O Djibuti é um pequeno país do Leste de África com 600 mil habitantes, estando o seu presidente no poder desde 1999 e acaba de alterar a constituição do país para poder recandidatar-se uma vez mais.
      No Bahrain a família real desafiando a crítica internacional, ordenou ao exército que disparasse contra os manifestantes e estes, posicionados num arranha-céus junto à rotunda Pearl (um marco na capital do país, Manama, que se tornou ponto de concentração), abriram fogo sobre os manifestantes. Os manifestantes tiveram que fugir mas alguns, recusando-se a fugir, puseram as mãos no ar gritando «Paz! Paz!».
      Na Líbia, os três dias protestos contabilizam 84 mortos, de acordo com dados da Human Rights Watch. O principal centro das manifestações contra o líder líbio, Muammar Khadafi, foi a segunda maior cidade do país, Benghazi. Khadafi está no poder desde 1969, isto é, há 42 anos. O canal de televisão público advertiu os manifestantes e críticos de Khadafi para retaliações. A internet e a electricidade foram cortadas em algumas áreas do país depois de começarem as manifestações. A polícia abriu fogo contra os manifestantes. O jornal que é órgão oficial do regime (Azahf Al Akhdar) publicava afirmações como esta: «A resposta do povo e das forças revolucionárias a estes grupinhos será violenta e fulminante. Todos os que pensam ultrapassar as linhas de poder, brincam com o fogo e correm o risco de suicídio».
      No Irão, durante o funeral de uma estudante morta na passada segunda-feira, durante uma demonstração de apoio para com a Tunísia e Egito, houve confrontos entre manifestantes anti e pró governo. Sanea Jaleh, de 26 anos, é uma das duas vítimas dos protestos de segunda-feira em Teerão, quando milhares de membros da oposição iraniana saíram à rua pela primeira vez em mais de um ano. Tanto o grupo pró-governo como os opositores reclamam a jovem vítima como um dos seus apoiantes. O funeral começou na Universidade de Teerão, que fica no centro da capital, tendo a polícia bloqueado todas as ruas que iam dar à universidade, dando apenas passagem aos apoiantes do governo.


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