O editor do jornal francês “Le Canard Enchaîne” (jornal satírico dos mais antigos em França, conhecido pela prática de um jornalismo de investigação centrado nas áreas da política, economia e dos negócios) acusa Nicolas Sarkozy de usar uma equipa concreta dos serviços secretos franceses para investigar repórteres, ao mesmo tempo que lhes furta as informações.
Esta acusação-informação vem na sequência de diversos furtos ocorridos nas últimas semanas nas casas e nos escritórios de diversos jornalistas de investigação, desaparecendo computadores, cassetes e até um sistema de GPS.
O Palácio do Eliseu classifica tal acusação como «completamente ridícula».
No artigo do jornal pode ler-se que tal intervenção do Sarkosy tem vindo a ocorrer, com maior intensidade, desde o início deste ano, com intervenção direta junto do director dos serviços secretos, Bernard Squarcini, que é um leal apoiante de Sarkozy e dirige a “Division Centrale du Renseignement Intérieur (DCRI)”, a agência de serviços secretos francesa equivalente ao SIS ou ao MI5, que terá criado um departamento específico para dirigir as investigações dos jornalistas.
O artigo publicado está assinado pelo editor do jornal, Claude Angeli, que também disse a uma rádio francesa que a informação presente no artigo foi fornecida por uma fonte interna dos serviços secretos, garantindo que não «teria escrito uma manchete tão forte a menos que as fontes fossem sólidas e credíveis». A manchete do jornal era: “Sarko supervisiona espionagem de jornalistas”.
O jornal afirma que sempre que o presidente tem conhecimento de um artigo de investigação que possa causar «embaraço a si ou aos seus amigos», ordena a «vigilância do jornalista».
Não é a primeira vez que Sarkozy enfrenta este tipo de acusações. Já em Setembro o “Le Monde” havia avançado que Sarkozy utilizava a agência nacional de serviços secretos para prejudicar e controlar a imprensa.
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
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