A “Toca” é um projeto interventivo e multidisciplinar que se foca essencialmente na temática do espaço e reflete sobre a potencialidade do lugar enquanto obra específica.
É um projeto que propõe uma alternativa de reestruturação do palco criativo, pela tentativa de conciliar meios e pessoas conscientes da importância do espaço morto e vedado ao cidadão comum.
Assim, pretende criar uma rede alternativa de espaços ocupados e reutilizados, independentemente da natureza, dimensão ou utilidade dos mesmos.
Todas as áreas interventivas são exploradas pela Toca, pois esta não pretende afirmar-se artisticamente de forma isolada mas antes ser a receita de um conjunto de parcerias e relações com os demais projectos artísticos/culturais da cidade.
O processo ativo na recuperação dum espaço é a obra em si mesmo, sendo que a degradação é um fenómeno de mutação física único, no qual a contaminação orgânica e residual modifica a matéria, sendo este momento criativo que fundamenta a atividade.
Mais do que suscitar o debate público, a Toca incita à ação, invocando-a como válida por si, pois será sempre com o intuito de mobilizar o espaço público/privado que a criação ganha sentido, considerando o ato interventivo indissociável do ato refletivo, isto é, que fazer é necessariamente pensar.
O projeto, embora nómada, pretende ter um ponto forte de apoio e é neste sentido que pretendem continuar a trabalhar na Casa número 61 da rua das Oliveiras, no Porto (Portugal), espaço com 3 séculos de existência, palco da intervenção diária dos últimos 7 meses. Com este espaço pretende-se criar uma âncora para todo o projeto: um centro ativo das artes, que possibilite à cidade do Porto um ponto de encontro entre projetos e vanguardas.
Nas últimas semanas o trabalho focou-se essencialmente na luta pela reestruturação do jardim-horta. São 2000 metros quadrados de área verde, nos quais foi feito um enorme trabalho. Da década de abandono ao qual este espaço esteve sujeito, não era possível sequer a passagem de um ponto para o outro, as árvores, invisíveis por arbustos e silvas, alimentavam-se sobretudo de ácidos fortes, provenientes de uma fábrica de Candeeiros que neste terreno fez os seus despejos durante quase 20 anos.
Este espaço foi lavrado, tratado e plantado, encontra-se agora amplo e existem duas áreas distintas em desenvolvimento, uma horta e um jardim. Foram plantadas novas árvores e deu-se início à compostagem de resíduos orgânicos.
Sabe mais seguindo a ligação na coluna dos “Sítios a Visitar” com a designação de “Toca”.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
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