sexta-feira, 5 de março de 2010

Como Me Tornei Anarquista

      «Só recentemente me tornei anarquista. Não o era até metade de 1891, altura em que me lancei no movimento revolucionário. Antes, vivi nos meios sociais que estavam permeados com a moralidade vigente. Habituei-me a respeitar e mesmo partilhar dos princípios de nação, família, autoridade e propriedade. Mas aqueles que estão educando a geração atual, quase todos se esqueceram de uma coisa: que a vida é indiscreta com suas lutas e conflitos, suas injustiças e desigualdades, vejo que é assim que a venda é removida dos olhos do ignorante (...) A mim, foi-me dito que essa vida era fácil e amplamente aberta às pessoas inteligentes mas a experiência mostrou-me que só os cínicos e os lacaios podem conseguir um bom assento no banquete.»

      Émile Henry (1872-1894)
      Morreu guilhotinado, às 04:14 horas da madrugada, em Paris, com 22 anos de idade.
      Apesar da sua curta vida e breve participação no movimento anarquista, as suas acções causaram grande aflição às elites governamentais da sua época.
      A sua última ação (que lhe custaria a vida) foi o atentado bombista contra os frequentadores do luxuoso Café Terminus, em Paris, frequentado na época pela elite francesa e considerado um símbolo da arrogância e do esbanjamento da burguesia.
      O objetivo do atentado era matar o maior número possível de frequentadores mas o saldo cifrou-se em tão-só 1 morto e 20 feridos.
      Durante o julgamento Émile manteve sempre uma postura desafiante e provocatória, citam-se inúmeras passagens como esta: quando perguntado pelo motivo do acto contra pessoas inocentes, ele respondeu alegando que não havia lá nenhum inocente, porque não há burguesia inocente.

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