terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O Capitalismo Destrói o Emprego

      Na última edição do jornal “Mudar de Vida” (vê ligação na coluna dos Sítios a Visitar), a edição número 20, consta, entre outros, o artigo de Urbano de Campos, sob o título de “O Capitalismo não Cria Emprego, Destrói Emprego”, artigo que a seguir, quase na íntegra, se transcreve:

      «Diz-se que uma mentira muitas vezes repetida passa por verdade. Será assim se não for contrariada. Diante da onda incessante de despedimentos e de encerramento de empresas, o patronato e a direita insistem no slogan – como se fosse uma evidência – de que só as empresas criam emprego, significando com isso: a iniciativa privada capitalista.
      O slogan serve para pressionar a política do governo, ainda mais, no sentido do apoio estatal ao capital, da redução de impostos às empresas; e, simultaneamente, de limitação dos gastos sociais do Estado com os trabalhadores. Ora, é fácil mostrar que a afirmação é falsa.
      Desde logo, porque o Estado é de longe o primeiro empregador. Saúde, ensino, administração central e local, sistema de Justiça, forças armadas, polícias, empresas públicas… reúnem cerca de 700 mil postos de trabalho (cerca de 12% de toda a força de trabalho), número sem comparação com o de qualquer empresa privada.
      Depois, porque os factos da actual crise mostram à evidência que são, de longe, as empresas privadas capitalistas as principais fontes de despedimentos, em primeiro lugar da massa operária. Não só despedimentos formais, colectivos ou individuais, mas também essa outra forma de criar desemprego que é fomentar o emprego precário.
      Finalmente, porque a história mostra que o capitalismo não é uma fábrica de emprego, mas sim uma fonte de eliminação de emprego. Pela destruição da propriedade individual, pela concentração de capitais, pela evolução tecnológica, pela deslocalização de empresas – o capitalismo reduz cada vez mais a necessidade de trabalho vivo e, portanto, de emprego. (…)
      O silêncio da oposição de esquerda diante da cassete do patronato e da direita revelam uma incapacidade de fundo para responder ao problema do desemprego no curso desta crise e contribui para que a mentira mil vezes repetida passe por verdade.»


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