sábado, 28 de julho de 2012

No Border Camp 2012


      Cerca de mil pessoas de toda a Alemanha e de todo mundo concentraram-se em Colónia, na Alemanha, para 10 dias de encontro e de ação por um Mundo sem fronteiras e sem racismo.
      Para o encontro, que terminou no último fim de semana (22 de Julho), foram mobilizados cerca de cinco mil polícias, isto é, cinco polícias para cada ativista. O aparato policial não desmotivou os participantes nem travou a onda de ações que varreu a área.
      Na quarta-feira pela manhã, o consulado de Itália em Dusseldorf foi ocupado em protesto contra a iminente deportação de Inglaterra para Itália de Tarik Rahma, um homem sudanês em greve de fome há dois meses (a atual legislação europeia obriga os países a deportar as pessoas para o país onde entraram na Europa).
      Na quinta-feira vários ativistas ocuparam o consulado francês em Dusseldorf para exigir justiça para Noureddin, um homem sudanês encontrado morto num canal em Calais a 7 de Julho. Os ativistas acabaram por ser retirados à força e detidos pela polícia. O samba dos ritmos de resistência e os gritos de vários ativistas em solidariedade cortaram a rua durante toda a tarde.
      Ao mesmo tempo, ativistas ocupavam a sede do partido “die Grüine” para chamar a atenção para os grupos de refugiados afegãos e iranianos em greve de fome em três cidade alemãs, sob repressão policial, numa das várias ações de solidariedade durante o acampamento.
      O acampamento acabou com uma manifestação que juntou mil pessoas no aeroporto de Dusseldorf; aeroporto que se tornou num ponto de concentração para expulsar milhares de imigrantes, sobretudo ciganos, de toda a Europa para países como a Macedónia, Sérvia, Kosovo ou Nigéria, ao abrigo do racismo e militarismo da agência europeia Frontex.
      Centenas de vozes encheram o aeroporto: “No Borders, No nations, stop deportations”, “We are here and we will fight – freedom of movement is everybody’s right.”, “Unemployment and inflation are not caused by immigration. Bullshit, get off it, the enemy is profit”.
      O No Border Camp em Colónia teve lugar um mês depois de um outro No Border, em Estocolmo, que reuniu igualmente mil pessoas. Pedradas que quebram o silêncio em que os crimes da Europa-fortaleza são, dia após dia, cometidos. Momentos de encontro e partilha entre imigrantes, refugiados e todas as que lutam por um mundo sem fronteiras nem racismo.
      Um acampamento organizado horizontalmente, sem hierarquias, mas em que muito tempo e energia acabaram por ser usados em discussões e conflitos internos.
      Dez dias à beira do Reno para refletir e agir, para criar e fortalecer laços e ideais, despertar solidariedades e experimentar a vida coletiva livre do capitalismo, da autoridade e da descriminação.
      Mais info em:

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