segunda-feira, 28 de maio de 2012

Guerrilha Urbana


      A Federação Anarquista Informal e a Frente Revolucionária Internacional, acabam de reivindicar a sabotagem das linhas-férreas de Bristol no passado dia 22, com o comunicado que a seguir, em síntese, se traduziu e reproduz:
      «O objetivo de um ataque de guerrilha é a difusão da luta nos diversos contextos e facetas da vida. Finanças, tribunais, comunicações, estruturas militares e infraestruturas de transporte, continuarão sendo objetivos da nova geração de guerrilha urbana de baixa intensidade.
      Os meios para este tipo de luta estão sempre à mão.
      Na manhã do passado dia 22 de maio, sabotamos dois pontos da rede ferroviária de Bristol, nas partes externas das estações de Patchway (norte) e da rua Parson (sul). Levantamos os blocos de cimento que ladeiam as vias e destruímos os cabos de sinalização que estavam por baixo, antes da chegada dos comboios à linha. Escolhemos precisamente este sítio de forma a afetar concretamente os trabalhadores do Ministério da Defesa, bem como as empresas do setor militar (Raytheon/thales/HP/QuinetiQ/Etc.), do parque industrial próximo da estação de Filton Abbey Wood, bem como o centro empresarial de Bristol, na proximidade da estação de Temple Meads. O serviço só foi restabelecido à noite.
      A potencial difusão deste tipo de bloqueios em geral aporta significativos problemas ao fluxo de mercadorias e de garantia que a exploração laboral chegue a tempo, preocupações chave do capitalismo transnacional.
      Estas ações são um método perene de destruição da “paz social”: desde sabotagens similares em França, furgões blindados destruídos em Creta; a destruição noturna de máquinas multibanco na Austrália; a resistência ao desenvolvimento de autoestradas que rapidamente devoram as paisagens naturais e selvagens, como o bosque Khimki, na Rússia, enquanto desalojam animais e pessoas que ainda repudiam a civilização industrial; até à simbólica apropriação e incêndio de um autocarro em Londres no passado mês de agosto, etc.
      Ali onde os patrões queiram fazer com que andemos a toda a velocidade nas suas metrópoles, como remessa de carne humana em contentores alienantes, por estradas predeterminadas numa corrida frenética pela sobrevivência, existem e continuarão existindo razões para intervir com força no fluxo normal da quotidianeidade.
      Somos alguns dos “não-patriotas” que veem as Olimpíadas de 2012 como o espetáculo continuado de riqueza; quando muitos lutam para se alimentar a si e às suas famílias, isto ocorre hoje no Reino Unido. Nenhum sindicato ou movimento dirige os nossos passos e não temos qualquer pejo em usar a atividade de guerrilha para prejudicar a imagem nacional e paralisar a economia na medida que nos seja possível. E isto porque, simplesmente, não queremos turistas ricos mas antes queremos guerra civil.»
      Texto original no sítio “325”, cuja ligação permanente encontras na coluna dos “Sítios a Visitar”.

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