terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Safari Humano

      Uma agência de turismo está a ser processada depois de ter organizado uma espécie de “safari humano” nas ilhas Andaman, em pleno oceano Índico, onde os nativos tribais eram forçados a dançar para os turistas em troca de comida.
      O vídeo, divulgado na semana passada (que podes ver abaixo), não deixa dúvidas de que um grupo de mulheres semi-nuas da tribo Jarawa foi forçado a dançar para divertimento dos turistas.
      O caso desencadeou uma onda de protesto na comunicação social indiana e por parte de organizações de direitos humanos. No entanto, as mesmas admitem que práticas idênticas são comuns nas ilhas Andaman, não obstante a legislação existente para proteger a tribo Jarawa do contacto com o mundo exterior.
      O aglomerado de cerca de 570 ilhas Andaman e Nicobar pertence à Índia e é a casa de várias tribos há milhares de anos. A tribo Jawara, por exemplo, é composta por cerca de 400 pessoas que tiveram raros contactos com pessoas externas à tribo.

      A tribo Jarawa vive numa reserva de aproximadamente 1000 metros quadrados que deveria ter restrições à entrada, tendo apenas alguns alertas como: não tirar fotos, não ter contacto ou fazer qualquer coisa que perturbe os membros da tribo. Mas, assim que os portões são abertos, as câmaras começam logo a fotografar e os turistas a atirar bananas e biscoitos para as pessoas, como fariam com animais num safari.
      Na ilha existe uma polícia própria para proteger a tribo dos turistas mas é um polícia que no vídeo dá ordens para que dancem, afirmando ter já lhes dado comida.
      A tribo sempre viveu dentro da selva e só em 1998 começaram a sair do interior da ilha, na sequência de um acidente com um jovem da tribo que, antes partira uma perna e fora levado para um hospital, tendo regressado entusiasmado e relatado como era o mundo exterior, o que foi suficiente para que toda a tribo deixasse de lado a sua tradicional hostilidade e reserva em relação ao mundo exterior.

      O diretor da ONG “Survival International” para além de condenar as imagens tem pedido aos turistas para não entrarem na reserva, distribuído folhetos no aeroporto e afirmou que o caso “cheira a colonialismo e a repugnantes e degradantes zoológicos humanos do passado”.
      Mais info em:
      http://www,andaman.org
      http://www.survivalinternational.org/

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