quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Uma Boa Notícia

      A morte de um ditador é sempre motivo de alegria.
      A confirmação da morte de Muammar Kadhafi hoje parece constituir um virar de página histórico para, não só para a Líbia, como, com certeza, para a região.
      Recordemos que esta morte advém da revolta iniciada no passado mês de fevereiro, de forma tímida, com alguns protestos na rua que evoluiu lentamente para uma revolta à escala nacional. Os rebeldes organizaram-se com um Conselho Nacional de Transição (CNT), ao qual Kadhafi respondeu nas ruas, brutalmente, com militares e poder de fogo. Em março, a comunidade internacional acordou e, sob a batuta da OTAN (NATO), começou a ajudar as forças rebeldes e a bombardear as forças do regime.

      Entre avanços e recuos na guerra civil, os rebeldes acabariam por ganhar ascendente. Chegam a Tripoli, capital do país, em agosto, e celebram a conquista da cidade na fortaleza que outrora servira de base para Kadhafi. Os rebeldes controlavam já quase toda a Líbia, mas faltava o ditador. Rumores apontavam que estaria no deserto a sul do país, protegido por Tuaregues, mas hoje as notícias da captura e morte saíram disparadas para o mundo.
      Kadhafi governou o país de forma muito dura e extravagante durante 42 anos.

      Agora devemos interrogar-nos sobre o efeito contaminador que a morte deste ditador poderá ter para os demais países ainda com filhos da puta deste género a tolher o povo.
      A queda dos regimes autoritários da Tunísia, em janeiro, e do Egito, em fevereiro, mostraram ao mundo os protestos de dois povos árabes e a sua influência na queda dos ditadores que governavam nos seus países. As revoluções uniram-se na denominação de “Primavera Árabe”, que rapidamente se transformou em movimento de revolta.
      Agora a atenção mediática internacional deverá voltar-se para a Síria e para o Iémen, já em ebulição.
      A Líbia foi a primeira nação do Médio Oriente a incendiar as ruas com protestos, e a primeira a pôr fim à sua ditadura. Sendo muito cedo para avançar com um efeito dominó espoletado pela queda do ditador, não será exagerado dizer que as tensões poderão aumentar tanto na Síria como no Iémen, nações que acompanharam a Líbia na revolta contra os seus ditadores.
      Para além destes dois casos com maior relevância, não podemos esquecer também os protestos e tensões no reino do Bahrain que, embora em menor escala, encontram-se igualmente latentes.

1 comentário:

  1. Morre Kadafi e entra quem no poder?
    A população ou os títeres da Europa/EUA?

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