sábado, 11 de junho de 2011

Repressão Sindical

      Foi divulgado na passada quarta-feira, dia 8, o relatório sobre o ano passado (2010) da Confederação Sindical Internacional (CSI) sobre violações dos direitos sindicais no Mundo, revelando um quadro de assassinatos, repressão de governos e patrões, penúrias económicas para os assalariados, com aumento de desemprego, pobreza e insegurança.

      Nesta compilação anual dos abusos contra os direitos dos trabalhadores, constata-se que os abusos se perpetraram em 143 países e causaram a morte de 90 pessoas (49 delas na Colômbia) por sua dedicação a legítimas atividades sindicais. Pelas mesmas razões, outras 75 pessoas receberam ameaças de morte nesse período. Pelo menos 2500 sindicalistas foram detidos e uns 5000 demitidos do seu emprego.
      Em todo o Mundo se assiste a uma contínua erosão dos direitos de sindicalização e negociação coletiva, dois elementos básicos da proteção dos trabalhadores.
      O relatório destina secções especiais a descrever e analisar "as mudanças transcendentais" que acontecem no mundo árabe depois das mobilizações populares em defesa dos direitos democráticos, ocupando-se também das economias mais ricas do Mundo, em especial dos Estados Unidos, onde os ataques aos direitos de sindicalização e de negociação coletiva, identificados em 2009 e em períodos anteriores, "se intensificaram em 2010".
      A Colômbia, com 49 assassinatos de sindicalistas em 2010, figura mais uma vez como o país mais perigoso para quem se dedica a defender os trabalhadores. Depois da Colômbia, é a Guatemala, o segundo país mais perigoso, onde foram abatidos 10 sindicalistas.
      O relatório expõe também a denegação de direitos fundamentais no trabalho, dominante no Médio Oriente. Dois estados dessa região, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, aparecem no relatório junto à Birmânia como mostra de países que proíbem totalmente o sindicalismo.
      O relatório anual da C.S.I. aborda ainda a situação global do trabalho, com a crise do emprego, consequência da contração económica mundial que prossegue em todas as regiões por causa d os responsáveis políticos em geral não introduzirem as mudanças necessárias para criar e manter o emprego.
      Os governos assumiram a retórica corporativa de livre mercado não só contra as famílias trabalhadoras, como também da estabilidade e o futuro de suas próprias economias nacionais.
      O relatório da C.S.I. detém-se também na exploração das mulheres trabalhadoras das zonas francas e fábricas têxteis espalhadas por todo mundo. As mulheres são a maioria nesses recintos manufatureiros onde os direitos fundamentais de organização sindical e de negociação coletiva não existem.


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