terça-feira, 8 de março de 2011

Dia Internacional da Mulher

      Comemora-se hoje (8 de março) o Dia Internacional da Mulher. Este dia tem como origem as manifestações das mulheres russas por "Pão e Paz", melhores condições de vida e trabalho e contra a entrada do seu país na Primeira Guerra Mundial.

      Essas manifestações marcaram o início da Revolução de 1917. Entretanto, a ideia de celebrar um dia da mulher já havia surgido desde os primeiros anos do século XX, nos Estados Unidos e na Europa, no contexto das lutas de mulheres por melhores condições de vida e trabalho, bem como pelo direito de voto.
      O Fórum de Mulheres de Pernambuco (Brasil), constituído por mais de 60 organizações feministas, difundiu um manifesto apelando à autonomia e liberdade para todas as mulheres. O texto aponta para a necessidade atual do movimento feminista e mostra que ainda há muito por fazer em relação à libertação das mulheres das grilhetas históricas, religiosas e quotidianas.
      Refere ainda o manifesto a exploração dos corpos femininos pelas indústrias, todas, especialmente pela publicidade.
      De acordo com Silvia Camurça, membro da coordenação do Fórum de Mulheres de Pernambuco, hoje em dia as principais lutas devem apontar nas relações laborais e no trabalho informal prestado pela mulheres, pois estas constituem o maior número da população que presta trabalho informal, bem como, devemos estar atentos à divisão do trabalho doméstico, o cuidado com a casa, as crianças, os idosos, os doentes, o que duplica a jornada laboral para as mulheres.
      É necessário reivindicar mais tempo para as mulheres, reduzindo o seu trabalho com a divisão deste e com mais infantários e habitação.
      Silvia disse ainda que um dos grandes desafios é o mito de que a igualdade foi conquistada e que o movimento feminino já não é necessário. É um mito a vencer, pois parte da ideologia capitalista patriarcal que pretende dar a ideia de que tudo está bem.
      Questionada sobre qual o melhor caminho para a luta, a militante respondeu de forma categórica afirmando que a “auto-organização das mulheres é o único caminho, é o mais radical que podemos fazer”.
      Assinalou ainda a falta de disponibilidade das mulheres para integrarem as organizações de formas mais ativa: “ A militância jovem renova o movimento, porque ainda não têm filhos, nem parentes idosos que cuidar, mas à medida que a idade avança, sentimos a falta de tempo para nos dedicarmos a isto”.
      Concluiu dizendo que, pese embora o Brasil tenha uma mulher na presidência, tal nada significa, pois a maioria das mulheres não consegue dedicar-se à política devido à sua dupla jornada laboral. “O facto é que a maior parte de nós vive condições extenuantes de trabalho.”

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