sábado, 29 de janeiro de 2011

A Revolução Popular

      Depois da Tunísia, o Egito e também o Iémen, a pressão exercida nos povos acaba sempre, ainda que às vezes tarde demais, por provocar este tipo de reação. Ninguém aguenta eternamente a pobreza, a ocupação, a falta de liberdade, a opressão constante. 
      O mundo ocidental já passou por muitas revoltas e revoluções que foram eliminando ditadores e melhorando um pouco as liberdades essenciais dos cidadãos, ao mesmo tempo que foram obtendo melhores condições de trabalho e de vida, hoje postas em crise com a crise financeira de alguns, o que também tem vindo a salpicar, principalmente a Europa, com revoltas temporárias que vão sendo acalmadas com o ópio da ilusória televisão, mas no mundo islâmico estas revoltas espontâneas só vinham acontecendo contra o mundo ocidental e por motivos essencialmente estupido-religiosos. 
      Hoje assistimos a um novo tipo de manifestação popular nestes povos, a revolta contra os seus governantes, assistimos a este pôr em causa os poderes instituídos e com que intenção? O pão diário, as liberdades essenciais, as suas próprias vidas, sem, de momento, mais nenhuma outra intenção que não seja a sua própria e intransigente libertação, após tanta opressão. 
      Na Tunísia a persistência do povo na rua tem conseguido muito e praticamente tudo o que reclamam, no Iémen, milhares de pessoas saíram às ruas, muitas com pão ou flores nas mãos, para se manifestar contra o regime. No Egito as confrontações para depor o ditador que há 30 anos oprime têm sido violentas, contabilizando-se já 90 mortos e cerca de 2500 feridos mas o povo não cede e mantém-se na rua confrontando o exército que, em vez de defender o seu povo, defende o seu ditador. 
      O povo, com a sua voz, a sua união, algumas pedras, lixo a arder e muita determinação pode mudar a sua vida e a vida de todos os outros, vizinhos e, para além destes, o Mundo inteiro mudará também.

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