segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Relato da Reunião da F.A.P.

      Decorreu este sábado 27 a primeira reunião da Federação Anarquista Portuguesa, em Coimbra, conforme já se anunciou e, dessa reunião, a primeira, reproduz-se a seguir as impressões do companheiro Antero Fajardo, publicadas no "Facebook" em: http://www.facebook.com/home.php?sk=group_161397563897666&id=164075023629920
      «Sinto-me imensamente feliz. Passei um dia maravilhoso junto de companheiros maravilhosos. Mesmo com o frio. Foi como se um pequeno sol brilhasse para nós sobre aquela mesa comprida que partilhámos. Conversámos muito, naturalmente. Falámos de muita coisa, trocámos ideias e eu senti-me entre irmãos. É claro que não podíamos tomar decisões vinculativas de monta porque éramos poucos. Mas acordámos princípios que estavam já lançados a debate nesta página e mantivemos a condição sine qua non de horizontalidade e o sentido decisório da periferia para o centro.
      Foi decidido incluir a opção de colaboração individual para permitir a quem não pertence a coletivos e está demasiado longe de outros companheiros poder ser parte deste grande labor político que é a construção da mudança.
      A F.A.P. irá agora procurar reunir noutros locais com camaradas que desta vez não puderam ir e, simultaneamente, fará a sua apresentação aos coletivos e associações locais para que o movimento anarquista possa reforçar-se pela interação nacional, aproveitando os meios que esta federação pode pôr ao serviço de ações concertadas, reuniões e debates nacionais, etc. Sendo que a F.A.P. manterá sempre o seu caráter imaterial, na medida em que ninguém será representante privilegiado da F.A.P., não haverá órgãos permanentes nem hierarquia.
      A F.A.P. deverá igualmente coibir-se de tomar posição quanto a questões partidárias. Estamos conscientes de que há companheiros que sentiram necessidade de participar em ações partidárias por se acharem desamparados politicamente. Essa é uma opção individual. A F.A.P. não se imiscui no partidarismo/parlamentarismo mas também não coarta a liberdade de cada um para dispor da sua capacidade de discernimento político. Não pode é misturar uma coisa com a outra nem usar a F.A.P. para fins não acordados por todo o coletivo.
      Em todo o caso, uma federação forte permitirá a emancipação total da partidocracia porque terá expressão, representatividade e visibilidade. Entendemos na F.A.P. outra vertente que é a de facilitadora, isto é, estabelecendo uma rede de contactos e apoio mútuo criaremos as condições para que os coletivos e as pessoas individualmente possam convergir em momentos e ações determinantes, disponibilizando apoio em rede, facultando carros, alojamento, refeições, apoio logístico oferecidos pela comunidade anarquista espalhada pelo país.
      Tal como hoje tive o prazer e a felicidade de oferecer boleia a dois companheiros ou o Rui de oferecer pernoita a outros companheiros para se poderem juntar à manifestação anti-NATO do passado dia 20. Esse é o espírito e o modus operandi que deve ser potenciado para dar sentido à coordenação de esforços e vontades. É óbvio que tudo isto está sujeito a análise e aprofundamento à medida que for havendo mais encontros e houver maior diálogo inter-associações.
      Ficou patente que o diálogo presencial é bastante mais fecundo e unificador que a interacção virtual. O espírito com que decorreu a nossa reunião demonstrou a validade deste projeto porque provou a força do fator humano na equação anarquista.
      Só com mais reuniões e debates conseguiremos consolidar a rede solidária para agir sobre a sociedade e fazê-lo coerente e eficazmente. Julgo que o coletivo aqui presente e em crescimento tenderá a responder com entusiasmo ao espraiar da federação nos momentos subsequentes, contribuindo com ideias, trabalho e alegria para a batalha que temos pela frente.
      A F.A.P será cada um dos companheiros que se identifiquem com ela. E cada encontro terá o seu pequeno sol pairando sobre corações voluntariosos e altruístas.»

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