segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Estudantes Ucranianos em Luta

      No passado dia 12 de outubro, cerca de 20 mil estudantes ucranianos saíram às ruas para protestar contra a decisão do governo de permitir às universidades públicas a introdução de novas taxas.

      Os protestos foram realizados em quinze cidades, do Oeste ao Leste do país. As maiores manifestações deram-se em Kiev, Lviv, Carcóvia, Uzhhorod e Simferopol.
      Os organizadores dos protestos foram o sindicato estudantil independente "Ação Direta" ("Priama Diya" em ucraniano) e a "Fundação de Iniciativas Regionais". O "Ação Direta", um sindicato de esquerda que luta pela educação libertária, tem estado ativo na defesa dos direitos e interesses estudantis contra a pressão das administrações universitárias, reformas neoliberais e serviços especiais do Estado.
      Há um ano, o "Ação Direta" foi essencial na organização dos protestos quando o último governo de Timoshenko tentou aprovar um decreto similar referente a taxas adicionais para estudantes. Então, manifestações estudantis massivas preveniram a adoção do controverso decreto. Agora, no final de agosto, o novo governo de Azarov aprovou o Decreto 796 que permite à administração das universidades impor taxas para aulas perdidas; taxas para o uso das livrarias, postos de primeiros-socorros, ginásios de desporto e internet; para dissertações, etc. !!!
      As autoridades estão a aumentar as taxas para residência e reduzir o número de estudantes bolsistas, embora a constituição ucraniana garanta formalmente uma educação superior gratuita.
      Contrariamente às acusações da extrema-direita ucraniana de que algumas pessoas no governo são anti-ucranianas, os ativistas estudantis independentes enfatizam que o problema não está nas personalidades mas no sistema em si, vendo a introdução de novas taxas como parte da ofensiva do capitalismo neoliberal contra os direitos sociais das pessoas, em particular a juventude.
      Em Kiev, 2 mil estudantes participaram na marcha em direção aos prédios do Conselho de Ministros e da Administração da Presidência exigindo uma educação gratuita para todos. Entre os seus lemas estavam: "Liberdade, Igualdade, Solidariedade Estudantil!", "O conhecimento não está à venda!", "As universidades não são mercados!", "Abaixo os ministros, abaixo os capitalistas!", "Uma solução: Revolução!" "Rebelde, amor, não desista dos seus direitos".
      Podia-se ainda ler nas faixas: "Solidariedade Estudantil", "Abaixo as barreiras sociais!", "Não entre em pânico! Junte-se a nós!", "Lembre-se de 1968", "Não está à venda", e em estilo orwelliano "Guerra é Paz, Liberdade é Escravidão, Ignorância é Força... Conhecimento é Mercadoria?".
      Enfrentando a raiva dos estudantes, o presidente Yanukovich anunciou que o decreto do governo será suspenso. No entanto, sabe-se que esta suspensão consiste tão-só numa mentira para acalmar os estudantes revolucionários.
      Mais info em: http://direct-action.org.ua/


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