Termina hoje o segundo período de prolongamento da prisão dos sete companheiros presos na passada sexta-feira, dia 3, na Bielorrússia.
Inicialmente ficariam presos por 3 dias mas foi decretado um prolongamento por mais 3 dias, sendo que naquele país a legislação permite estes prolongamentos de detenção até um máximo de 10 dias, sem qualquer acusação.
Tudo começou por volta das 6 horas da manhã, do passado dia 3, tendo as forças policiais bielorrussas entrado nos apartamentos dos 7 companheiros, trajando à civil.
Na ação, a polícia apreendeu 5 computadores e 2 laptops, telefones, dinheiro, cartazes e revistas.
Os detidos foram levados para um posto policial e aí interrogados sobre um atentado à embaixada da Rússia, no dia 30 de agosto, onde dois coquetéis molotov foram arremessados contra o prédio diplomático russo e um carro foi incendiado.
Não houve feridos durante a ação e um grupo que se auto denomina "Amigos da Liberdade" assumiu o ataque publicando uma nota no site http://belarus.indymedia.org.
Na imprensa local há notícias de que no apartamento foram ainda apreendidas máscaras (passa-montanhas), munições, literatura anarquista e drogas vegetais.
Os ativistas presos são: Ígor Bogachek, Valéria Khótina, Serguei Sliusar, Nikolai Dedok, Aleksei Jingueróvski, Aleksandr Frantskévitch e Anton Lapténok.
Os amigos e parentes dos detidos acabam de publicar o seguinte comunicado:
«Na noite de 7 setembro, em alguns sítios de órgãos informativos locais apareceu a informação sobre a apreensão de munição, drogas, passa-montanhas e literatura anarquista no apartamento dos nossos companheiros.
Nós, os amigos dos presos, com toda a convicção afirmamos que esta informação não passa de uma mentira descarada, uma tentativa de apagar a solidariedade da sociedade com os presos, transformando os ativistas em criminosos ou pessoas transtornadas e antisociais.
Chamamos a atenção para o facto de que a informação sobre os nossos companheiros mudar a cada dia que passa. Primeiro, foram acusados de atacar a embaixada da Rússia, agora acusam-nos de danificar o Banco da Bielorrússia e a Casa dos Sindicatos em Minsk, no dia 30 de agosto. Qual será a próxima acusação?
Também não compreendemos como passa-montanhas ou "literatura que propaga o ideário anarquista" pode ser uma prova do envolvimento dos nossos amigos com os ataques ao banco e à Casa dos Sindicatos. Exigimos provas factuais. Exigimos que divulguem quem especificamente está sendo acusado de tráfico de drogas.
Temos a certeza de que nenhum dos presos podia ter alguma relação com o tráfico, pois não usavam e não guardavam os narcóticos. Estas pessoas praticam um modo de vida consciente e saudável, praticam desporto, estão envolvidos com a autogestão nas universidades, participam dos conflitos nas fábricas, interessam-se pelos problemas ecológicos, direitos humanos e livre acesso à informação.
Pensamos que a causa das suas detenções é justamente as suas ideias e também o facto deles se preocuparem com os problemas da sociedade e não temerem expressar a sua opinião publicamente, contrária à oficial. Justamente por causa desta postura eles foram fichados pela polícia e não por aquilo de que os acusam.
Exigimos a imediata libertação dos presos.
Amigos e parentes dos presos.
Contacto: minsksolidarity@riseup.net»
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Companheiros Presos na Bielorrússia
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