terça-feira, 3 de novembro de 2009

Anarquistas Contra o Muro israelo-palestino

      No passado dia 26, o colectivo israelita “Anarquistas Contra o Muro” participaram em palestra organizada pelos colectivos “Contrapoder” e “Federação de Estudantes Libertários”, em Madrid.
      A palestra teve a presença de cerca de 90 estudantes que participaram nas perguntas e discussão, sendo o acto considerado um êxito atendendo à grande participação.
      No fim houve um jantar vegan solidário para com o colectivo israelita.
      A visão particular que pode dar um israelita sobre a luta Palestina, sobretudo na zona da Cisjordânia, atraiu um grande número de estudantes.
      Efectivamente o companheiro do colectivo “Anarquistas Contra o Muro”, ilustrando a sua explicação com alguns mapas e diferentes vídeos das suas acções expôs a situação que se vive actualmente na Cisjordânia, onde um muro que deveria proteger as fronteiras legais de Israel do território ocupado da Cisjordânia serve na realidade para proteger as colónias ilegais que radicais sionistas foram estabelecendo na zona.
      Em alguns locais o perfil do muro rodeia por completo populações palestinas, dividindo e inutilizando terras de cultivo e tornando impraticável a mobilidade da população palestina no território. Tanto é assim que o muro divide praticamente em dois toda a zona sul da Cisjordânia.
      As acções do colectivo “Anarquistas Contra o Muro” consistem em boicotar a construção deste muro sempre em coordenação com os comités populares locais das aldeias, que dirigem a resistência. Esta cordenação é necessária não só para somar forças, como também para não encontrar resistência nas aldeias locais, já que a maior parte das represálias pelas suas acções recai nos habitantes da zona.
      É muito importante a ajuda que podem oferecer estes colectivos israelitas à luta do povo palestino, já que a sua condição de cidadãos de Israel os protege de represálias muito mais duras, como as que sofrem os palestinos durante estas mesmas reivindicações, pois carecem de qualquer tipo de direito ou protecção perante o Estado de Israel, que actua com total impunidade. Devido a isso os únicos mortos, cerca de vinte, durante as acções do colectivo “Anarquistas Contra o Muro” foram palestinos, assassinados com armas de "dispersão não letal" por parte dos guardas do muro.
      As perguntas feitas no final do acto permitiram aprofundar mais algumas questões, como o erro de se entender que todo o partidário da luta palestina ou crítico para com o Estado de Israel é acusado por parte dos sectores pró-israelitas e sionistas de anti-semita.
      A própria presença de um cidadão israelita que critica duramente o genocídio que está a levar a cabo Israel neste conflito faz com que este argumento perca todo o seu sentido.
      “Anarquistas Contra o Muro” é um grupo de acção directa que nasceu em 2003 como resposta à construção do muro que Israel está levantando em terra Palestina, na Cisjordânia ocupada. O grupo trabalha em cooperação com os palestinos numa luta conjunta não-violenta contra a ocupação.
      Desde a sua formação o grupo tem participado em centenas de manifestações e acções directas, contra o muro especificamente e contra a ocupação em geral, por toda a Cisjordânia.
      http://www.awalls.org





Sem comentários:

Enviar um comentário