segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Mensagem a Alunos e Professores

      Nesta semana, em Portugal, tem início (de uma forma mais generalizada) um novo ano escolar e, tendo em conta este acontecimento, é apropriado e a seguir se reproduz uma mensagem que Albert Einstein dirigiu a alunos e professores:
      «Lembrai-vos de que as coisas maravilhosas que ireis aprender nas vossas escolas são a obra de muitas gerações, levada a cabo por todos os países do mundo, à custa de muito entusiasmo, muito esforço e muita dor. Tudo é depositado nas vossas mãos, como uma herança, para que a aceitem, honrem, desenvolvam e a transmitam fielmente um dia aos vossos filhos. Assim, nós, embora mortais, somos imortais nas obras duradouras que criamos em comum. Se tiverem esta ideia sempre em mente, encontrarão algum sentido na vida e no trabalho e poderão formar uma opinião justa em relação aos outros povos e aos outros tempos.»
      Citação de Albert Einstein, in “Como Vejo o Mundo”
      Albert Einstein (1879-1955) foi um físico teórico alemão radicado nos E.U.A. que, em 2009, um grupo de 100 físicos de renome do Mundo, o elegeu como o mais memorável físico de todos os tempos. Ficou popularmente conhecido, para além da fotografia abaixo, pela sua Teoria da Relatividade e o desenvolvimento da energia atómica.

domingo, 16 de setembro de 2012

Da Aristocracia Governativa

      «Parece-nos que, de todas as aristocracias que oprimiram, cada uma por si e às vezes todas em conjunto, a sociedade humana, a chamada aristocracia da inteligência é a mais odiosa, a mais desprezadora e a mais opressiva.
      A aristocracia nobiliária diz-vos: “você é um homem muito galante mas não nasceu nobre!” É uma injúria que ainda podemos suportar.
      A aristocracia do capital reconhece-vos toda a espécie de méritos mas acrescenta “não tendes vintém!” É igualmente suportável.
      A aristocracia da inteligência diz-nos: “Não sabem nada, são uns burros e nós, homens inteligentes, temos que vos pôr a albarda e conduzir-vos!” Isto é intolerável.»
      Mikhail Aleksandrovitch Bakunin ou, o aportuguesado: Miguel Bakunine (1814-1876)
      Filósofo anarquista, distanciou-se de Karl Marx por defender que as energias revolucionárias deveriam ser concentradas na destruição das “coisas”, no caso, o Estado, e não das “pessoas”.
      Bakunine criou grupos anarquistas em vários países do mundo e mesmo após a sua morte a sua influência é notada até aos nossos dias, designadamente, nas várias ações de protesto de rua, utilizando a tática da ação direta, tão bem descrita em toda a sua obra; nos movimentos ambientalistas, cooperativistas, de ocupação urbana, grupos locais de trabalho autogestionado, etc., todos carregam o germe da ideologia e pensamento de Bakunine, pois todos são, também, amantes fanáticos da liberdade.

sábado, 15 de setembro de 2012

41 Anos de Greenpeace

       A organização “Greenpeace” faz hoje 41 anos da sua criação.
      Desde a sua fundação por um pequeno grupo de ativistas, nestas quatro décadas, a organização tem realizado incontáveis ações por todo o planeta, transformando-se numa grande organização com ativistas e filiais em todo o Mundo.
      «Um dia a Terra vai adoecer. Os pássaros cairão do céu, os mares vão escurecer e os peixes aparecerão mortos na correnteza dos rios. Quando esse dia chegar, os índios perderão o seu espírito mas vão recuperá-lo para ensinar ao homem branco a reverência pela sagrada terra, então todas as raças se irão unir sob o símbolo do arco-íris para terminar com a destruição. Será o tempo dos Guerreiros do Arco-Íris.»
      Esta foi uma profecia, com mais de 200 anos, realizada por “Olhos de Fogo”, uma dirigente de tribo índia, profecia esta que embalou as longas noites dos fundadores da Greenpeace que navegavam para as Ilhas Aleutas, no Alasca, em 1971, na tentativa de impedir um teste nuclear dos Estados Unidos. Esta profecia não só iria dar nome ao primeiro navio da organização, o “Rainbow Warrior” (Rainbow = Arco-Iris + Warrior = Guerreiro), como acabou por batizar os ativistas do Greenpeace, conhecidos em todo o mundo como "Os Guerreiros do Arco-Íris".
      Mais info em:

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Guerrilha Anti-Fascista

      A imagem abaixo é a de um grupo “Maquis” de guerrilha anti-fascista, em La Tresorerie, em 14 de Setembro de 1944, na cidade francesa de Bolonha.
      Os “Maquis” resistiram às ocupações dos nazis (alemães) e dos franquistas (espanhóis) em diversos pontos da Europa, na primeira metade do século XX.
      No sudoeste francês algumas células “Maquis” eram inteiramente compostas de veteranos da Guerra Civil Espanhola e muitos destes eram anarquistas.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A Sementeira


      Por esta altura, do ano de 1910, saía em Lisboa o número 25 da revista "A Sementeira".
      Em subtítulo anunciava-se como uma publicação mensal ilustrada-crítica e sociológica.
      A Sementeira foi a principal revista anarquista publicada em Portugal na I República. Fundada pelo operário arsenalista Hilário Marques, teve entre os seus colaboradores Neno Vasco.
      Foram publicadas duas séries, a primeira de 1908 a 1913 e a segunda de 1916 a 1919.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Festival da Terra

       No próximo fim-de-semana (dias 14, 15 e 16 de setembro) decorrerá em Lisboa uma feira alternativa denominada Festival da Terra, com o propósito de mudar o Mundo e mudar de Vida.
      Encontrar soluções alternativas para o estilo de vida atual e mudar mentalidades, em prol de uma vivência mais verde e feliz é o objetivo da iniciativa. Para isso haverá muitos debates e “workshops” para os três dias, mas também haverá concertos, dança, medicina não convencional, propostas de turismo de natureza, alimentação natural e desenvolvimento pessoal, entre diversas outras propostas que dão corpo a esta iniciativa.
      Ao todo serão 160 expositores, 178 eventos, 50 oradores, seis restaurantes, espaço criança, mercado de segunda mão e sete espaços vivenciais, todos compondo o programa da Feira Alternativa e Festival da Terra.
      Esta iniciativa que se assume como a maior feira do país a mostrar os caminhos sustentáveis para um futuro possível, tem em primeiro plano as novas respostas de sustentabilidade que vão surgindo: Zeitgeist, Prout, Tamera, entre outras propostas e organizações que mostram novos percursos e tendências.
      Outra inspiração que terá lugar de destaque neste Festival da Terra são as vidas que mudaram outras vidas.
      Sabe mais no sítio da Terra Alternativa em:
      (também com ligação permanente na coluna dos Sítios a Visitar)

terça-feira, 11 de setembro de 2012

11SET

      No ataque às Torres Gémeas em 2001 morreram 2863 pessoas e em todo o Mundo é motivo de abertura dos noticiários, dias antes e ano após ano.
      Com HIV-SIDA já morreram 40 milhões (milhões!) de pessoas.
      Com fome já morreram 824 milhões (milhões!) de pessoas.
      Sem casa há 630 milhões (milhões!) de pessoas.
      A exploração laboral mundial mata 700 vezes mais (setecentas vezes mais!) pessoas que o 11S.
      Muitos milhões ignorados; diariamente ignorados, contra uns poucos quase 3 mil.
      Haverá mais mundo para além dos E.U.A. ?
      O dia 11 de setembro ficou na nossa memória coletiva como o dia em que se pensou que o capitalismo poderia efetivamente ruir. Afinal enganamo-nos e parece que vai ser preciso muito mais do que um avião em chamas em cima de toda e qualquer instituição financeira e/ou militar e talvez até não seja esse o melhor caminho para o derrubar, mas seja, sim, um bom plano para o manter. Há factos que apontam este acontecimento como um plano ou um aproveitamento por parte dos estadunidenses. Depois disto acontecer, foi facilmente aceite e apoiado qualquer plano de guerra contra "terroristas" ou países que alegadamente os alberguem. Continua a acontecer 10 anos depois.
      Algumas teorias questionam até a versão oficial dos atentados, as motivações por trás deles e as partes envolvidas, envolvendo-se em investigações independentes. Algumas das teorias da conspiração vêem os ataques como um casus belli através de uma falsa bandeira para trazer o aumento da militarização e do poder de polícia. Os defensores das teorias do 11SET têm sugerido que indivíduos dentro dos Estados Unidos possuem informações detalhadas sobre os ataques e deliberadamente optaram por não evitá-los, ou que indivíduos de fora da al-Qaeda planearam, realizaram ou auxiliaram os ataques. Alguns outros teóricos reivindicam que o World Trade Center não entrou em colapso por causa da colisão dos aviões, mas que foi demolido com explosivos.”

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A Brochura Mensal

      “La Brochure Mensuelle” saiu pela primeira vez, em Paris, em 1923. Esta brochura era um simples panfleto propagandístico, contendo um texto consagrado a determinado tema. No primeiro número continha um texto de Kropotkine.
      Saiu mensalmente durante 190 números divulgando textos de mais de uma centena de autores.
      Nas duas imagens abaixo vemos uma edição dedicada à propaganda anti-eleitoral e ainda uma outra ilustração de uma bola de bólingue derrubando os pinos do casamento, da ignorância, do alcoolismo, do capital, da autoridade, da prostituição, da propriedade, dos exércitos, da religião e da justiça legislativa.

domingo, 9 de setembro de 2012

Basta Não Sustentá-los

      «Para livrar-se dos governos não é necessário lutar contra eles pelas formas exteriores, é preciso unicamente não participar em nada, basta não sustentá-los e então cairão aniquilados.»
      Liev Tolstoi, também conhecido como Léon Tolstói, Leão Tolstoi ou Leo Tolstoy, e de seu nome Lev Nikoláievich Tolstói (1828-1910), de nacionalidade russa, é considerado um dos maiores escritores de todos os tempos.
      Além de sua fama como escritor, Tolstoi ficou famoso por tornar-se, na velhice, um pacifista, cujos textos e ideias embatiam de frente com as igrejas e governos, pregando uma vida simples e em proximidade à natureza.
      Morreu aos 82 anos, de pneumonia, durante uma fuga de sua casa, buscando viver uma vida simples na Natureza.
      E no dia de hoje (9 de setembro) recordamos Tolstói porque foi precisamente num dia assim do ano de 1828 que ele nascia na localidade russa de Yasnaya Polyana.
      A fotografia abaixo é a única a cores que existe do escritor.

sábado, 8 de setembro de 2012

Massacre de Índios Yanomami

      Garimpeiros brasileiros massacraram cerca de 80 índios da tribo Yanomami. Este massacre poderá ter dizimado uma aldeia inteira da tribo que ocupa um vasto território na fronteira entre o Brasil e a Venezuela.
      Os garimpeiros terão morto a população com tiros e dinamite.
      Apesar de muito feridos alguns índios sobreviventes (três) conseguiram chegar à aldeia Onkiola, na região de Auraris, no estado brasileiro de Roraima, contando que os garimpeiros (pesquisadores de ouro ilegais) invadiram a aldeia Irotatheri, já em território da Venezuela, e começaram a abusar sexualmente de índias, escolhendo as mais bonitas e jovens da tribo.
      Tentando proteger as famílias, os homens da aldeia reagiram mas, desarmados, foram presas fáceis para os garimpeiros, armados com revólveres, espingardas e explosivos.
      Segundo os relatos desses sobreviventes aos membros da Coordenadoria das Organizações Indígenas da Amazónia (COIAM) e do Instituto Sócio-Ambiental, os invasores, enfurecidos por não conseguirem continuar a abusar das mulheres, dispararam em todas as direcções e balearam todos os habitantes, independentemente de serem adultos ou crianças.
      Depois, não satisfeitos com a barbárie cometida, serviram-se da dinamite, usada normalmente para destruir rochas, matando os poucos que ainda tinham um sopro de vida e derrubando as frágeis construções da aldeia, feitas de barro e palha.
      Segundo os sobreviventes do massacre, a matança ocorreu no dia 5 de julho, mas só agora foi conhecida. A aldeia Irotatheri fica no coração da selva amazónica, numa região extremamente isolada, e os índios, depois de ficarem algum tempo escondidos para se recuperarem e fugirem dos garimpeiros, ainda demoraram vários dias até chegarem à aldeia mais próxima, que tem comunicação via rádio com a Fundação Nacional do Índio do Brasil (Funai).
      Do ponto mais próximo onde há técnicos da Funai até ao local da tragédia são cerca de dez dias a pé pelo meio da selva, não havendo outra forma de chegar.
      As organizações indígenas do estado do Amazonas (Coiam) lamentaram a situação e afirmaram, em comunicado, que já desde 2009 que vêm denunciando agressões de garimpeiros contra as comunidades Yanomami, vítimas de violência física, ameaças, sequestro de mulheres e ainda de contaminação, designadamente da água com o mercúrio (usado para encontrar ouro).
      Há diversos grupos de garimpeiros explorando inúmeras minas artesanais de ouro e diamantes, localizadas em regiões recônditas do sul da Venezuela. Calcula-se que sejam mais de mil os garimpeiros que, para além de poluírem os rios e as florestas, especialmente com o mercúrio, cujo grau de toxicidade é enorme e tem consequências fatais e irreversíveis, ainda transmitem aos índios diversas doenças que lhes são fatais.
      Os Yanomami são uma das maiores tribos relativamente isoladas na América do Sul. Vivem nas florestas e montanhas do norte do Brasil e do sul da Venezuela. Como a maioria dos povos indígenas do continente, os Yanomami, provavelmente migraram pelo Estreito de Bering, entre a Ásia e a América, há cerca de 40.000 anos atrás, seguindo lentamente para a América do Sul. Hoje, a sua população total é de cerca de 32.000 índios.
      Com mais de 9,6 milhões de hectares, o território Yanomami no Brasil corresponde ao dobro do tamanho da Suíça. Na Venezuela, os Yanomami vivem na Reserva da Biosfera Alto Orinoco-Casiquiare, de 8,2 milhões de hectares. Juntas essas duas regiões formam o maior território indígena coberto por floresta em todo o Mundo.
      A imagem corresponde à vista aérea da “Cabana Grande”, dinamitada e queimada, onde residia a comunidade de 80 pessoas.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

As Ideias e as Laranjas

      Num dia como o de hoje mas de há cerca de 2500 anos atrás, nascia na China o filósofo conhecido como Confúcio, nome latinizado de Kung-Fu-Tse.
      Nasceu em 551 a.C. e morreu em 479 a.C.
      A sua doutrina teve uma forte influência não só na China mas também sobre toda a Ásia Oriental.
      São inúmeras as suas citações, como a que segue:
      «Se tiveres uma laranja e a trocares com outra pessoa que também tem uma laranja, cada um fica com uma laranja, mas se tiveres uma ideia e a trocares com outra pessoa que também tenha uma ideia, então cada um ficará com duas.»

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Léon Czolgosz

      Num dia como o de hoje (6 de setembro), do ano de 1901, em Buffalo (estado de Nova Iorque; EUA) o anarquista individualista polaco Léon Czolgosz, dispara dois tiros de revólver ao presidente dos Estados Unidos William McKinley.
      O presidente viria a morrer uma semana depois, a 14 de setembro.
      Czolgosz foi condenado à pena de morte e executado nesse mesmo ano, em 29 de Outubro, na cadeira elétrica, tendo a sua execução sido na altura registada em filme pelo inventor Thomas Edison.
      Em 31 de agosto de 1901, Czolgosz deslocou-se a Buffalo, Nova Iorque, e alugou um quarto próximo da Exposição Pan-Americana que aí decorria, no teatro conhecido como Templo da Música e que ele sabia iria ser visitado pelo presidente dos EUA.
      No dia 6 de setembro foi à exposição com o revólver “Iver-Johnson” calibre 32 semi-automático (número de série #463344) que havia comprado no dia 2 de setembro por 4 dólares e 50 centavos. Com a arma encoberta por um lenço de bolso, Czolgosz aproximou-se da comitiva do presidente McKinley que cumprimentava o público. Czolgosz avançou e McKinley estendeu a sua mão para o cumprimentar. Czolgosz desviou-lhe a mão, empurrando-a para o lado e disparou duas vezes no peito do presidente, à queima-roupa.
      Os membros da comitiva e o público presente imediatamente subjugaram Czolgosz, antes da intervenção da Guarda Nacional. Czolgosz foi depois espancado tão duramente que muitos pensaram que não aguentaria tempo suficiente para ser julgado.
      Nos últimos anos da sua vida Czolgosz seria profundamente influenciado pelo pensamento de teóricos do anarquismo como Emma Goldman e Alexander Berkman, bem como pela ação direta violenta do alfaiate italiano Gaetano Bresci que um ano antes havia executado Umberto I, o monarca de seu país, com o mesmo modelo de pistola que posteriormente utilizado por Gzolgosz viria a utilizar.
      Czolgosz nunca foi aceite em nenhum grupo anarquista, devido ao seu fanatismo e às suas intenções violentas, que demonstrava, tendo até feito com que alguns grupos suspeitassem das suas reais intenções, pensando que poderia ser um agente infiltrado do governo e lançaram avisos, considerando-o um espião.
      Antes da execução as suas últimas palavras foram:
      «Matei o presidente porque ele era o inimigo da boa gente, dos bons trabalhadores. Não sinto remorso pelo meu crime.»
      Após a execução uma grande quantidade de ácido sulfúrico foi atirada para dentro do seu caixão para que o corpo ficasse completamente desfigurado resultando num processo de decomposição de apenas doze horas. As cartas que escrevera e trazia consigo no momento do atentado, assim como as suas roupas foram queimadas, com o propósito de que jamais ninguém conhecesse os seus argumentos.
      Emma Goldman também chegou a ser presa sob suspeita de estar envolvida no assassinato, sendo libertada por não haver qualquer evidência que confirmasse a suspeita.
      O local do atentado, o Templo da Música, foi imediatamente demolido (em Novembro de 1901) e hoje é apenas visível um marco no meio da rua Fordham, num bairro residencial de Buffalo no ponto aproximado onde o evento ocorreu.
      A arma de Czolgosz faz parte do acervo da Exposição Pan-americana da Sociedade Histórica do Condado de Erie, em Buffalo, Nova York.
      No Chile há um grupo anarquista denominado “Forças Autónomas e Destrutivas León Czolgosz”, o qual reivindicou a autoria de dois atentados com bomba, um contra a sede da Agência Nacional de Inteligência Chilena em 28 de janeiro de 2006, e outro contra a Embaixada do Reino Unido em 15 de julho de 2007, ambos os feitos ocorreram na cidade de Santiago do Chile.
      Em baixo podes ver o vídeo com o filme original realizado por Edison onde se apreciam os últimos momentos da execução de Czolgosz.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Federação de Trabalhadores

       Num dia como o de hoje (5 de setembro), saía em Montevideo (Uruguay) o primeiro número do jornal "Federación de Trabajadores".
      Este jornal, semanário, intitulava-se “anarco-coletivista”.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

40 Tiros para 1 só Homem

      Já há mais de um mês que Milton Hall, um sem-abrigo e doente mental, foi fuzilado na via pública por 6 polícias.
      Ocorreu no dia 1 de julho, três dias antes das comemorações nos EUA do Dia da independência.
      Este acontecimento passou um pouco desapercebido até que agora surgiu um vídeo amador de alguém que assistiu e decidiu colocá-lo na Internet, tornando assim mundial o problema local.
      Os seis agentes responsáveis terão disparado cerca de 40 (não um nem dois, nem três… mas quarenta) tiros.
      Milton Hall recebia uma pensão de invalidez e tinha 49 anos de idade.
      A sua mãe, Jewel Hall, afirmou em entrevista a um canal de televisão norteamericano que «havia outra saída». «Não tinham de o matar. Ele não tinha feito nada, não era violento. Não era um assassino, não era um criminoso», acrescentando que os agentes da autoridade pareciam «um pelotão de fuzilamento».
      Há mais de 30 anos que Milton residia na localidade de Sanginaw e, segundo a mãe, «Toda a gente o conhecia, até a polícia».

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Fratura #2 Na Rua


      No seguimento da polémica nacional sobre a recente legislação espanhola que não permite o acesso gratuito aos cuidados de saúde pública para aqueles que sejam considerados “imigrantes ilegais” (sem documentação), o "Grupo de Axitación Social" (Grupo de Agitação Social) da cidade galega de Vigo acaba de sair para a rua com o número 2 do seu jovem boletim denominado "Fractura" (Fratura) o qual é, essencialmente, colado pelas ruas da cidade e, neste número, é dedicado às pessoas migrantes.
      As leis sobre os estrangeiros, as políticas de fronteiras da Europa Fortaleza, etc. têm como única finalidade estigmatizar e excluir as pessoas migrantes dos seus plenos direitos, não pretendendo, de forma alguma, impedir a completa entrada das pessoas sem visto e muito menos expulsá-las todas. Pelo contrário, o que se pretende é que haja sempre uma reserva permanente de pessoas que não tenham segurança e que vivam sob uma permanente ameaça, permitindo assim a sua melhor exploração, sem qualquer reclamação sobre os seus direitos, aproveitando-se ao mesmo tempo tal facto para pressionar os demais trabalhadores com a chantagem de que há sempre alguém disposto a fazer aquele trabalho por menos salário e sem qualquer reclamação.
      Em simultâneo intoxica-se o povo com o discurso de que são as pessoas migrantes os culpados da situação laboral e, bem assim, já agora, de todos os demais males da sociedade em geral, isto é, a mesma coisa que Hitler dizia dos Judeus.
      No entanto, bem sabemos que não são as pessoas migrantes quem nos rouba as poupanças e o produto do nosso trabalho para seu próprio enriquecimento, reduzindo-nos a qualidade de vida a uma situação de escravidão.
      A via para lutar contra esta merda que pretende deixar as pessoas fora da sociedade, assinaladas como culpadas de serem pobres e de consumir a nossa riqueza, só pode passar pelo trabalho sobre a solidariedade em rumo a uma sociedade de cooperação, rompendo com os falsos argumentos que alimentam o racismo e justificam as agressões de qualquer tipo.
      O boletim pode ser encontrado nas ruas e também na seguinte ligação:
 

domingo, 2 de setembro de 2012

Das Mentalidades

      No cartaz pode ler-se:
      «O problema das mentes fechadas é que sempre têm a boca aberta.»
       (Foto obtida em: http://www.facebook.com/LaVozColombiana)

sábado, 1 de setembro de 2012

Grupo de Iniciativas Informativas Diárias

      Este artigo que lês está publicado numa das várias iniciativas informativas que compõem o Grupo Info-Dia, um grupo dedicado à informação alternativa, global, não massificada, gratuita e diária.
      Esta iniciativa divulgativa nasceu em Janeiro de 2007 (há 5 anos), inicialmente sob a forma de mensagens curtas (SMS) para um determinado grupo restrito de beneficiários, tendo, ao longo do tempo saltado para um blogue e outro e outro e mais outro, contando hoje com assíduas visitas diárias, em todas as plataformas, vindas de todo o planeta onde haja um falante de Língua Portuguesa, tendo ainda leitores assíduos de falantes da Língua Castelhana (Espanhol).
      Todos os dias são publicados novos artigos em mais do que um blogue e noutras plataformas, como redes sociais, de forma a alcançar um maior número de leitores e poder assim transmitir conhecimento que não está disponível nos normalizados e embrutecedores meios de comunicação social.
      Os artigos não são publicados de forma massiva, isto é, não são publicados em quantidade nem pretendem alcançar o grande público consumidor de estereótipos e estereóestúpidos.
      Todos os dias são selecionados os melhores acontecimentos, as notícias menos divulgadas, aqueles factos que deveras interessam e podem aportar algo mais ao nosso conhecimento geral do Mundo e de nós próprios, enquanto seres divinos que somos e todo-poderosos.
      O Mundo, a Vida e a Liberdade podem ser melhores do que isto. Esforça-te para o conseguires, cada segundo, cada vez que respires. Liberta-te a ti mesmo pelo conhecimento, não acreditando nas mentiras das religiões, dos poderes, dos Estados...
      A sabedoria é o único poder maior. Aprende, para saberes mais do que eles. O conhecimento é a tua arma de guerra mais poderosa e destruidora. Usa-a, ataca, mata, destrói.
      A seguir estão os endereços de todos os sítios do grupo até ao presente:

      1 – INFO-DIA:
      http://info-dia.blog.pt
      (informação diária diversificada no Blog.pt)

      2 – INFODIASMS:
      http://infodiasms.blogspot.com
      (informação diária diversificada no BlogSpot)

      3 – SABEMAIS:
      http://sabemais.wordpress.com
      (informação diária diversificada no Wordpress)

      4 – TWITTER:
      http://twitter.com/sabemais
      (informação diária breve no Twitter)

      5 – FACEBOOK:
      http://www.facebook.com [InfoDia Sms]
      (informação diária diversificada no Facebook)

      6 – ANARQUINFO: (este blogue)
      http://anarquinfo.blogspot.com
      (informação diária específica do mundo anarquista)

      7 – BLAVING (Voz):
      http://pt.blaving.com/infodia
      (a informação em voz para ouvir)

      8 – GOOGLE+:
      https://plus.google.com [Info Dia]
      (informação diária diversificada no Google+)

      9 – ORKUT:
      http://www.orkut.com [Info Dia]
      (informação diária diversificada no Orkut)

   10 – DIASPORA:
      http://diasp.eu [Info Dia]
      (rede social alternativa ao Facebook)
.
    11 – SMS:
      (mensagens para os telefones dos operadores portugueses)
.


sexta-feira, 31 de agosto de 2012

(Re)Encontro Internacional Anarquista


      Decorreu entre os dias 8 e 12 deste mês de agosto de 2012, conforme aqui já anunciado (no artigo de 11 de abril de 2012), o Reencontro Internacional do Anarquismo, na localidade Suiça de Saint-Imier.
      Feito o balanço daqueles cinco dias, pela organização Suiça O.S.L. (Organização Socialista Libertária), a seguir, se reproduz o texto publicado.
      «Após cinco dias de debates e de trocas para relembrar a nossa história, preparar os nossos combates futuros e converter os nossos esforços, reafirmamos o valor das posições e resoluções do congresso de Saint-Imier que funde o anarquismo social, permitindo futuros desenvolvimentos, e assegurando as bases de uma unidade de ação sincera entre todos os setores combativos e antiburocráticos da luta social.
      O congresso de Saint-Imier esteve aberto à diversidade e à pluralidade de pensamentos e práticas do movimento trabalhista antiburocrático e federalista, construindo o movimento libertário crescente.
      Foi recusado o partidarismo, hierarquizado, institucional e eleitoralista, defendido pelas correntes do socialismo autoritário. Foi combatida a conceção estatal de mudança que objetivou e objetiva hoje a conquista, a ocupação do Estado como forma de transformação social.
      O congresso de 1872 igualmente proclamou a sua vontade de combater todo tipo de organização hierarquizada, burocrática, constituída para exercer o comando e suscitar a delegação, a submissão e a obediência. Por isso, o congresso se opôs à federação das organizações trabalhadoras e das lutas, bem como a livre iniciativa, o projeto socialista de gestão direta e de mudança social; como propôs a maior parte das formas de organização de conceções não hierárquicas no movimento trabalhista, nas suas lutas e no projeto socialista libertário.
      Numerosas lutas, ações militantes e tentativas revolucionárias precederam e acompanharam o congresso internacional de 1872. O anarquismo tem lugar nessa história. Ele constitui hoje um movimento político que reagrupa experiências numerosas e aquisições comuns a um grande número de coletivos e organizações específicas, sindicais, de luta social e populares. O anarquismo traz a sua contribuição para a construção de um movimento coerente, capaz de uma intervenção eficaz e forte, que busca a coerência entre os meios e os fins a fim de mudar radicalmente a sociedade.
      Para nós, o anarquismo alimenta as lutas sociais e se alimenta destas mesmas lutas. Ele traz a sua contribuição ao movimento popular de auto-emancipação e de auto-organização. Cada resistência, cada luta, cada dissidência, cada alternativa remete à questão da liberdade e da igualdade. Cada combate social abre possibilidades que nos devem acompanhar à liberação social e política.
      A transformação social radical que reivindicamos e nos prepara para a nossa ação só pode resultar da vontade, da auto-determinação e compromisso consciente das classes populares, dos indivíduos, homens e mulheres que estão hoje dominados por este sistema injusto.
      Estamos numa verdadeira guerra social e económica, com diferentes intensidades, mas cada vez mais extensa, mais viva, mais brutal.
      Uma situação de insegurança social e de precariedade se generaliza, saqueia o bem comum, destruindo os serviços públicos, procurando instaurar o medo, a resignação e a submissão, impondo o capitalismo por toda parte. Esta política é conduzida tanto pelos capitalistas, quer pelos governos a seu soldo. Estes últimos tentam impor uma colonização total nas nossas condições de existência, mobilizando as nossas atividades ao serviço da reprodução do sistema.
      Paralelamente, existe um ressurgimento de antigas dominações: patriarcado, discriminação sexual e de género, xenofobia, racismo, servidão, exploração. Estas desigualdades renovadas servem para reforçar a valorização capitalista e garantir a reprodução geral do sistema.
      O anarquismo denuncia um só sistema de enquadramento e de dominação que obedece cada dia mais a uma lógica oligárquica. O anarquismo não subavalia de maneira nenhuma os espaços de liberdades individuais e civis, os serviços públicos e de bem comum e as políticas de redistribuição de riqueza, transferida para a solidariedade social, que permanece. Os anarquistas acreditam defender e alargar estas aquisições.
      Todos estes avanços foram conquistados no passado por lutas sociais. A esperança de mudar a sociedade graças à conquista do poder do Estado é largamente desqualificada. A conquista do poder institucional, a integração no poder estatal e a ação governamental, a participação nas eleições, não nos trazem nada de melhorias nas condições de vida comuns, dos direitos políticos e sociais. Pelo contrário, é recusando a delegação do Estado e a definição e o governo do bem comum que a população pode defender eficazmente os seus interesses e as suas aspirações. É agindo pelas mesmas, multiplicando e reforçando as suas organizações, tomando parte das riquezas sociais e dos meios de produção e de distribuição, impondo as suas necessidades, criando as suas próprias formas de organização e lutando sob o campo cultural que as classes populares podem se opor a barbárie do sistema, ganhar a sua emancipação e melhorar as suas condições de existência.
      Os partidos de esquerda já não constituem forças de progresso e de justiça social. Já não defendem as aquisições anteriores. Pelo contrário, eles precipitam a ruína e o desmantelamento das nossas conquistas sociais.
      A burocratização do movimento trabalhista e social, a política de delegação orientada à integração em instituições estatais, a recusa da luta e a imposição da paz social a todo preço, a submissão aos objetivos, as estratégias, aos valores capitalistas de globalização levam-nos a uma regressão social, política e ecológica de grande envergadura.
      Por isso, a eficácia da luta e da construção de alternativas concretas estão ligadas à ação direta popular, porque ela se apoia na convicção de que os grupos sociais devem se emancipar e agir sob uma base federalista e solidária.
      Nesta sociedade de classes, não existe nem consenso nem compromisso possível que satisfaçam o interesse comum. Reivindicamos claramente o não-senso com os poderes. A ação direta é encarregada da proposição plural da transformação social. Ela se inclina a uma pluralidade de formas organizacionais e de ações capazes de federar as resistências populares.
      Os anarquistas agem no seio dos movimentos de luta a fim de garantir a sua autonomia, de os federar numa perspectiva revolucionária e libertária, para construir o poder popular, a caminho de uma emancipação política, económica e social.
      O nosso projeto é o comunismo libertário. Reivindicamos a convergência das tradições e da experiência acumuladas nesse sentido: comunalismo livre, auto-governo municipal, autogestão, conselhos de trabalhadores e populares, sindicalismo de base, de combate e de gestão direta; livre acordo para a criação; a experimentação, a associação, o federalismo e as alternativas e atos. Isso significa a construção desde a base de um poder popular direto, não estatal.
      Queremos a rutura com o capitalismo. Lutamos pela autogestão numa sociedade futura fundada sob a liberdade e a igualdade. Este objetivo implica formas de organização diversas sob todos os domínios da vida social e económica. Uma tal orientação chama uma sociedade auto-instituida, um desenvolvimento social e económico escolhido livremente.
      A socialização das forças de produção e de troca, a autogestão social constituindo a forma principal. Um acesso igualitário aos recursos disponíveis e renováveis, e aos meios da sociedade vem apoiar as possibilidades de livre associação, de experimentação económica e de exploração da organização das condições de existência.
      A autogestão é fundada sob a livre organização dos trabalhadores, dos consumidores e são membros da sociedade após a abolição do Estado, num quadro de auto instituição politica, de democracia direta e de direito das minorias.
      O anarquismo social, o anarco-sindicalismo e o sindicalismo revolucionário, bem como o comunismo libertário defendem um projeto político fundado sob uma coerência entre fins e meios, entre ações quotidianas e lutas revolucionárias, entre movimento crescente de auto emancipação e transformação social radical.
      Desde 1872 o nosso movimento contribui com tantos outros homens e mulheres livres para abrir este caminho. O nosso compromisso hoje é o de seguir com esse projeto, levando-o à luta direta dos povos.
      Saint Imier, 12 de agosto de 2012.»
      Mais info em: http://www.anarchisme2012.ch/
      Ligação permanente na coluna dos Sítios a Visitar sob a designação de “Encontro Internacional Ago2012”.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A Arte da Tauromaquia

      Há quem veja nas touradas arte, tradição e cultura.
      E tu que vês?






      “As corridas de touros foram uma atividade lúdica comum a vários países europeus durante a idade média. A maioria desses países aboliu este tipo de espectáculos sangrentos por volta do século XVI, por se tratarem de eventos cruéis e impróprios de nações civilizadas. Atualmente as touradas são proibidas em diversas nações europeias como a Dinamarca, Alemanha, Itália ou Inglaterra.
      Infelizmente, estas práticas mantiveram-se em Espanha, sendo daí exportadas para Portugal, onde foram alvo de várias restrições e até proibidas em 1836. Por constituírem uma importante fonte de receita para a Casa Pia de Lisboa e para as Misericórdias, as touradas foram novamente autorizadas apenas para fins benéficos, mas acabaram por se transformar num evento comercial lucrativo para um pequeno grupo de empresários tauromáquicos, nunca perdendo a ligação às suas verdadeiras origens, evidenciada nos trajes, nas lides, no vocabulário e até na música que se ouve nas praças.
      As corridas de touros constituem nos dias de hoje um espectáculo anacrónico, violento e um mau exemplo, em particular para as crianças e jovens, em relação à compaixão e respeito que todos devemos evidenciar pelos animais.
      Não é aceitável que a nossa sociedade em 2012 continue a aplaudir o derramamento de sangue e o desprezo pela vida evidenciado pelos “artistas” nas arenas, assim como não é admissível que no panorama atual, vários milhões de euros das nossas finanças públicas, sejam canalizados para a criação de animais para entretenimento, construção de praças de touros, aquisição de bilhetes para touradas, subsídios, etc.”
       Extrato retirado de: http://nunoanjospereira.wordpress.com/







quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Edward Carpenter

      Num dia como o de hoje (29 de agosto) do ano de 1844 nascia Edward Carpenter, poeta inglês, socialista libertário, antologista e um dos primeiros ativistas políticos homossexuais.
      Foi figura destacada no Reino Unido nos finais do século XIX. Poeta e escritor, foi amigo de Walt Whitman e Rabindranath Tagore, tendo-se correspondido com muitas personalidades famosas como Annie Besant, Isadora Duncan, Havelock Ellis, Roger Fry, Mahatma Gandhi, James Keir Hardie, J K Kinney, Jack London, George Merrill, Edmund Dene Morel, William Morris, Edward R. Pease, John Ruskin e Olive Schreiner.
      Como filósofo foi especialmente conhecido pela publicação de “Civilisation, its Cause and Cure” (Civilização, a sua Causa e Cura), em que defende que a civilização é uma forma de doença que as sociedades humanas atravessam. As civilizações, segundo Carpenter, raramente sobrevivem mais do que mil anos, antes de se desmoronarem, e nenhuma sociedade conseguiu ultrapassar com sucesso uma civilização. A "cura" é uma aproximação mais forte à terra e um maior desenvolvimento da nossa natureza interna.
      Embora Carpenter se tenha inspirado na sua experiência com o misticismo hindu, e se refira a um "socialismo mítico", o seu pensamento está alinhado com o de diversos escritores nos campos da psicologia e sociologia do princípio do século XX, como Boris Sidis, Sigmund Freud e Wilfred Trotter, que reconheciam que a sociedade coloca cada vez mais pressão nos indíviduos o que resulta em doenças mentais e físicas como neurose e neurastenia.
      Convicto defensor da liberdade sexual, Carpenter vivia numa comunidade homossexual perto de Sheffield e teve profunda influência sobre D. H. Lawrence e E. M. Forster.
      Progressivamente atraído por uma vida mais próxima da natureza. Carpenter foi viver para uma quinta em Bradway com o agricultor Albert Fearnehough e a sua família. Foi nessa altura que Carpenter começou a conceber as suas ideias políticas socialistas. Influenciado por John Ruskin, imaginou um futuro de comunismo primitivo, rejeitando rotundamente a revolução industrial da era vitoriana. Na sua comunidade utópica haveria "a ajuda mútua e a combinação de vontades tornar-se-ão espontâneas e instintivas".
      Carpenter escreveu, numa espécie de cabana de madeira da sua horta, os poemas que constituiriam o seu livro de poesia, “Towards Democracy” (A Caminho da Democracia), que foi fortemente influenciado pela espiritualidade oriental e pela leitura aprofundada dos poemas de Withman.
      Os últimos vinte anos da vida de Carpenter foram preenchidos por um radicalismo político constante, marcado pelo seu envolvimento persistente em temas progressistas, incluindo a proteção ambiental, os direitos dos animais, a liberdade sexual, movimento feminista e o vegetarianismo. Escreveu sobre o horror do sistema capitalista, contra a aristocracia rural e sobre a sua visão do socialismo – uma nova era da democracia, camaradagem, cooperação e liberdade sexual.
      Apoiou Fred Charles, do grupo de Anarquistas de Walsall, em 1892. No ano seguinte tornou-se membro fundador do “Independent Labour Party” (Partido Trabalhista Independente) em conjunto com, entre outros, George Bernard Shaw.
      Um verdadeiro radical da sua época, muito daquilo em que Carpenter acreditava foi rejeitado e mesmo ridicularizado pela Esquerda. Prosseguiu o seu trabalho no início do século XX, produzindo textos sobre a "Homogenic question" (questão homogénica). A publicação em 1902 da sua inovadora antologia de poesia, “Ioläus: An Anthology of Friendship” (Iolaus: uma Antologia da Amizade), foi um enorme sucesso subterrâneo, promovendo o avanço do conhecimento sobre a cultura homoerótica. Em Abril de 1914, Carpenter e o seu amigo Laurence Houseman fundaram a “British Society for the Study of Sex Psychology” (Sociedade Britânica para o Estudo da Psicologia Sexual). De entre os tópicos apresentados em conferências e publicações da Sociedade, destacam-se: a promoção do estudo científico do sexo; a promoção de uma atitude mais racional para com o estudo da conduta sexual e dos problemas e questões relacionados com a psicologia sexual, de um ponto de vista médico, jurídico e sociológico, com o controlo de natalidade, com o aborto, esterilização e doenças venéreas, e com todos os aspectos da prostituição.
      A curiosidade de Carpenter não se limitava ao que os seus detratores chamavam temas políticos menores, mas incluía importantes questões internacionais da época. O seu pacifismo de esquerda tornou-o num dos oponentes ruidosos da Segunda Guerra dos Bôeres e depois da Primeira Guerra Mundial. Em 1919, publicou “The Healing of Nations and the Hidden Sources of Their Strife” (A Cura das Nações e as Fontes Secretas dos seus Conflitos), onde argumentava apaixonadamente que a fonte da guerra e do descontentamento nas sociedades ocidentais era a existência de classes e a desigualdade social. Chamou a esta injustiça social "doença de classe", onde cada classe apenas atua no seu próprio interesse. Para Carpenter, uma reestruturação social e económica radical era indispensável para acabar com a fragmentação social. Nos seus anos finais comentou que:
      «Apenas posso antever uma saída para o lodaçal em que estamos atolados. O atual sistema comercial terá que desaparecer, e deveremos regressar aos sistemas mais simples de cooperação de épocas passadas. Estou convencido que teremos que regressar a essa condição, ou a outra similar, se queremos que a nossa sociedade sobreviva. Afirmo isto após uma longa e detalhada observação da vida nas suas diferentes fases. Foi isto que os mineiros, de forma subconsciente, já perceberam, pois retiveram nas suas mentes muito da primitiva mentalidade das eras pré-civilizacionais."
      Mais info em: http://www.edwardcarpenter.net/