Kelly Pflug-Back (de 23 anos de idade) foi julgada por participar nos
distúrbios contra o G-20 de 26 de junho de 2010 em Toronto (Canadá).
Kelly foi detida durante as posteriores operações repressivas e acusada,
num primeiro momento, de conspiração e assalto a um polícia e ficou, desde então,
num regime de estrito arresto domiciliário, além de proibições e severas
restrições de se relacionar com o resto dos implicados no mesmo caso, entre
eles o seu companheiro sentimental.
Por fim, Kelly foi acusada de 7 crimes por danos materiais, destruição
de 3 carros da polícia e ataques contra estabelecimentos como a McDonalds,
Adidas, American Apparel, Urban Outfitters e CIBC, para além de “por uso propositado
de disfarce contra a polícia”.
Durante o julgamento, Kelly reconheceu a culpabilidade das acusações
contra ela formuladas e não demonstrou, perante elas, qualquer desculpa ou arrependimento,
permanecendo indiferente ao julgamento e sentença.
De acordo com a versão da polícia, Kelly dirigiu os ataques do "Black
Bloc" evitando os ataques a pequenos comerciantes.
O juiz, na sentença, com ânimo de outorgar dramatismo à mesma, afirma
que os clientes e o pessoal que trabalhava nos estabelecimentos ficaram
traumatizados e vincou ainda o facto de Kelly não ter demonstrado qualquer
arrependimento.
O julgamento terminou no passado dia 19 de julho e Kelly foi condenada a
15 meses de prisão efetiva, seguidos de 3 anos de liberdade vigiada. Esta é uma
das sentenças mais graves no Canadá no que se refere a distúrbios de rua. Os
demais processados do “Black Bloc” foram condenados a penas não privativas da
liberdade.
Kelly sempre reivindicou os atos, justificando o uso da cara tapada da
seguinte forma:
«Creio que cobrir-se a cara durante um protesto é uma forma de
transmitir uma uniformidade e o anonimato; a minha identidade individual não
tem importância, o que interessa é a causa mais ampla.»
Após a sentença declarou: «Desde a minha detenção tenho pensado sobre o
assunto, de como o Estado pode dar uma sentença mais pesada por partir uns
vidros que por assaltar alguém ou por fazer mal a um ser vivo. Isto demonstra
bem que o sistema jurídico se baseia na preservação e proteção da propriedade
privada dos ricos. Valora-se mais o dinheiro do que um ser vivo, isto é
doentio.»
Se quiseres podes escrever para Kelly, pelo correio, para o seguinte
endereço:
Kelly
Pflug-Back
Vanier Women
Prision
P.O.Box 1040
655 Martin
Street
Milton,
Ontario
L9T 5E6
Canadá
Kelly até pode ter razão no que diz. Não ganha é nada com esses atos desesperados. Bakunine achá-los-ia ridículos!
ResponderEliminarSim, são atos desesperados, sem dúvida, porque desesperado está o povo que trabalha e sustenta toda a máquina que o oprime em benefício de uma minoria. Sim, só podem ser atos desesperados.
ResponderEliminarBakunine achá-los-ia ridículos???!!!
Talvez não mas mesmo que os achasse, como o anarquismo não é uma religião, Bakunine não é nenhum deus nem nenhum adorado profeta, é tão-só um companheiro com as suas próprias e livres ideias que, embora as respeitemos e admiremos não temos que a elas nos sujeitar, obedecer, nem concordar. Isto não é uma religião, uma crendice, um clube (de futebol, por exemplo)um partido político, nem um ataque de diarreia.